Fatores de alta
- Preços do milho puxando os preços do trigo: Apesar da colheita da Safrinha, ela está sendo absolutamente insuficiente para atender as necessidades internas do Brasil, que está aumentando a sua produção e exportação de carnes. Falta milho e ainda faltam seis meses antes do início da colheita da safra de verão, de modo que os preços deste cereal deverão se manter elevados neste segundo semestre de 2021. Esta falta de milho está levando à procura do trigo para cobrir as necessidades de proteína das fábricas de ração.
- Quebras da safra pelas geadas. Ainda não se tem um detalhamento completo dos danos, mas se sabe que foram 8% no Paraná, 2% no RS (por enquanto), além dos danos eventuais em Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais, que estão sendo levantados.
- Preços internacionais em alta: Um cenário internacional de menor oferta continua a ser incorporado aos preços, devido às expectativas de menor produtividade do trigo de primavera nos Estados Unidos e à menor oferta que o Canadá e a Rússia proporcionariam.
Fatores de baixa
- Em outubro, com a entrada da nova safra, por um breve período: Certamente os compradores de farinha usarão este argumento para tentar convencer os moinhos, mas será um argumento falacioso. Não dê importância.
- Pressão dos compradores de farinhas, que não remuneram os preços do trigo: Os preços do trigo pão subiram 29,31% nos últimos 12 meses, segundo o Cepea e os preços das farinhas apenas 12,50% (panificação). Os preços do trigo doméstico subiram 24,75%, mas as farinhas feitas com ele subiram apenas 13% (a inteira).
FUTUROS: Cotações se reaproximam do nível de R$ 85,00/sc para o agricultor, com lucro de 24,64%
Os fatores de alta acima listados estão impulsionando as cotações do trigo no mercado futuro de Chicago para dezembro que permitiriam oferecer aos agricultores um valor de pedra de R$ 85,00/saca, para a safra nova.
Se este preço é bom? É ótimo! Porque, se considerarmos que o custo variável de produção de trigo está em R$ 64,05/saca, segundo o Deral-PR teremos um lucro 24,64%.
Mas, e se subir mais? Quem garante que vai subir? Nossa recomendação é que se agarre este lucro, que reembolsa os seus investimentos e lhe dá uma excelente margem, fixando pelo menos em boa parte do volume que espera colher e deixe para especular somente algo como 10%-15%, no máximo.
Fonte: T&F Agroeconômica