Os herbicidas do Grupo O, os auxínicos, também conhecidos como mimetizadores de auxina, são um grupo muito importante para agricultura brasileira.

Entre os principais herbicidas com este mecanismo de ação estão: 2,4-D, dicamba, MCPA, fluroxypyr, triclopyr, picloram e quinclorac.

Fonte: HRAC

Eles apresentam ação sobretudo em plantas daninhas dicotiledôneas (folhas largas), em geral são seletivos para gramíneas.

Por isso, foram e são muito utilizados para o controle de plantas daninhas em pastagens.

Também algumas moléculas possuem ação sobre algumas plantas daninhas monocotiledôneas, como trapoeraba e tiririca.

Fonte: Oliveira Jr. et al. (2011)

Neste texto vamos dar um enfoque em duas moléculas que vêm sendo muito utilizadas no manejo de plantas em cultivos de grãos: 2,4-D e dicamba!

Ambos são utilizados sobretudo no controle de plantas daninhas na entressafra, antes da semeadura da soja. Pensando principalmente no controle de buva e outras folhas largas.

Os dois são muito importantes no manejo da resistência destas plantas daninhas, as quais o controle com glyphosate, inibidores da ALS e paraquat tem perdido a eficácia nos últimos anos.

Pensando no controle de buva, o dicamba tem se mostrado melhor opção, enquanto no manejo de trapoeraba o 2,4-D.

Para controle de plantas daninhas estudo de Osipe et al. (2017), comparou os herbicidas 2,4-D e dicamba, isolados e em associações com glyphosate. Os autores verificaram de maneira geral que o 2,4-D foi superior no controle de poaia-branca (Richardia brasiliensis), corda-de-viola (Ipomoea nil) e trapoeraba (Commelina benghalensis), já o dicamba foi melhor no controle de buva (Conyza bonariensis).

Na aplicação em pré-semeadura da soja o 2,4-D tem que ser aplicado cerca de 15 dias antes. Já para o dicamba o tempo é maior, 30 dias.

Fonte: Nascimento et al. (2018)

Ambos herbicidas necessitam de maiores cuidados em relação a outros produtos, devido aos riscos de deriva. Podendo causar fitotoxicidade a lavouras sensíveis vizinhas, como frutíferas e hortaliças.

A respeito dos riscos de deriva, novas formulações já estão disponíveis no mercado, e outras em breve, para os dois herbicidas. Formulações que apresentam menores riscos neste aspecto.

Essas novas formulações de 2,4-D e dicamba, além da aplicação na entressafra antes da semeadura da soja, também poderão ser aplicados em cultivos transgênicos tolerantes:

  • A soja Enlist E3, com tolerância a 2,4-D e outros herbicidas;
  • A soja Xtend, com tolerância a dicamba e outros herbicidas.

Conclusão

Os herbicidas auxínicos podem ser muito importantes no controle de plantas daninhas na entressafra, como buva e outras plantas.

É necessário atenção com cultivos vizinhos sensíveis, levando em conta as condições climáticas e equipamentos de aplicação adequados.

Com a chegada de cultivos transgênicos tolerantes, o 2,4-D e dicamba também poderão ser utilizados em pós-emergência. Sendo assim novas opções no manejo de plantas daninhas.

Gostou do texto? Tem mais dicas sobre os herbicidas auxínicos? Adoraria ver o seu comentário abaixo!

Sobre a Autora: Ana Ligia Girardeli, Sou Engenheira Agrônoma formada na UFSCar. Mestra em Agricultura e Ambiente (UFSCar) e Doutora em Fitotecnia (USP/ESALQ). Atualmente, estou cursando MBA em Agronegócios.

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