O controle de plantas daninhas é de fundamental importância para reduzir perdas produtivas em função da matocompetição. Os danos variam em função da espécie infestante, densidade populacional e estádio em que infesta a cultura agrícola.

Algumas plantas daninhas apesentam elevada habilidade competitiva, o que atrelado a elevada produção de sementes e casos de resistência a herbicidas, dificulta o manejo eficiente dessas daninhas em culturas de interesse econômico como soja e milho. Espécies como o caruru (Amaranthus sp.), podem causar perdas de produtividade de até 79% em soja (Gazziero & Silva, 2017), e produzir mais de 200 mil sementes por planta (Penckowski et al., 2020).

Nesse contexto, o estabelecimento da cultura no limpo constitui uma das principais estratégias de manejo para evitar elevadas densidades de plantas daninhas e a matocompetição ainda nos estádios iniciais do ciclo da cultura. Para tanto, deve-se dar atenção especial para áreas com histórico da ocorrência de populações de plantas daninhas com resistência a herbicidas, em especial plantas como elevada produção de sementes e dispersão facilitada delas.

Normalmente, as sementes de plantas daninhas produzidas e dispersas nas áreas de produção agrícola, passam a integrar o banco de sementes do solo, permanecendo viáveis por longos períodos, germinando sob condições adequadas de temperatura e umidade e luminosidade (no caso das fotoblásticas positivas), dando origem a novos fluxos de emergência de plantas daninhas. Conforme analisado por Favreto & Medeiros (2006), dependendo da espécie de planta daninha e condições de cultivo, é possível observar mais de 15 mil sementes por metro quadrado no banco de sementes do solo.

Figura 1. Dinâmica do banco de sementes no solo.

Fonte: Barroso & Murata (2021)

Além da boa cobertura do solo, uma das principais estratégias de manejo para reduzir os fluxos de emergência de plantas daninhas é o uso de herbicidas pré-emergentes. Herbicidas pré-emergentes atuam diretamente no banco de sementes do solo, inibindo a germinação das sementes e/ou controlando plantas daninhas ainda no banco de sementes do solo (sementeira).



Como principais benefícios do emprego dessa ferramenta, destacam-se, segundo o pesquisador Leandro Albrecht.

  • Controle de plantas daninhas no banco de sementes do solo;
  • Estabelecimento da cultura no limpo =  dianteira competitiva;
  • Redução de perdas pela matocompetição;
  • Maior facilidade no manejo em pós emergência, talvez até eliminando a aplicação ou entrando na pós com menor número e plantas invasoras com menor porte no momento de controle em pós-emergência;
  • Manejo de resistência de plantas daninhas a herbicidas e;
  • Rotação de mecanismos de ação de herbicidas.

Além dos benefícios diretos no controle de plantas daninhas, quando empregados corretamente, herbicidas pré-emergentes podem inclusive reduzir custos posteriores (safras seguintes) de produção com o controle de plantas daninhas em pós-emergência, além de contribuírem indiretamente para a manutenção da produtividade da cultura pela redução da matocompetição.


Veja mais: Quais os critérios para a utilização dos pré-emergentes?


Confira abaixo as dicas do professor e pesquisador Leandro Albrecht.


Inscreva-se agora no canal dos Professores Alfredo & Leandro Albrecht, aqui.


BARROSO, A. A. M.; MURATA, A. T. MATOLOGIA: ESTUDOS SOBRE PLANTAS DANINHA. Fábrica da palavra, 2021.

 FAVRETO, R.; MEDEIROS, R. B. BANCO DE SEMENTES DO SOLO EM ÁREA AGRÍCOLA SOB DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO ESTABELECIDA SOBRE CAMPO NATURAL. Revista Brasileira de Sementes, vol. 28, nº 2, p.34-44, 2006. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rbs/a/DGLVJS5d5th4JCY9XNfr7Vq/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 06/09/2022.

GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 06/09/2022.

PENCKOWSKI, L. H. et al. Alerta! Cresce o número de lavouras com Amaranthus hybridus resistente ao herbicida glifosato no Sul do Brasil O primeiro passo é saber identificar essa espécie! Revista FABC – Abril/Maio 2020. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/ebook/REVISTA-Fabc.pdf >, acesso em: 06/09/2022.

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