A menor demanda internacional pela pluma refletiu negativamente na primeira projeção de área para safra 20/21, que apresentou recuo de 10,60% em relação à safra 19/20, cenário que demonstra as incertezas do produtor quanto ao futuro do algodão no estado.
Nas últimas semanas, a preocupação com a safra aumentou, devido à perspectiva de atraso no cultivo da soja — reflexo do menor volume de chuva para o período. Para se ter ideia, nos próximos quinze dias é aguardada uma precipitação inferior a 50 mm na média do estado, segundo o TempoCampo.
Diante desse cenário, os produtores que cultivam soja e o algodão em segunda safra poderão ter dificuldades quanto à janela ideal da fibra — visto que o ciclo do algodão é maior.
Com isso, alguns produtores estão semeando a soja no “pó” para garantir a próxima safra, no entanto, outros aguardarão as primeiras chuvas e poderão “apostar” em outras culturas de menor ciclo na segunda safra.
Confira os destaques do boletim agora:
• Pela segunda semana consecutiva o preço Imea-MT se manteve em alta, registrando acréscimo de 3,26% e ficou cotado a um valor de R$ 101,94/@.
• Devido à alta do dólar, as paridades de exportação, para os contratos de dez/20 e jul/21 finalizaram a semana com valorização de 2,98% e 2,85%, ficando cotadas a R$ 108,61/@ e R$ 117,97/@, respectivamente.
• Com o aumento do fluxo de embarques da pluma e a grande demanda por frete, a relação de frete/pluma recuou 31,36% e teve variação semanal de 3,24%.
• Com o anúncio da criação do programa Renda Cidadã, que aumentou as incertezas quanto ao cenário fiscal brasileiro, aliado a eleição norte-americana, o dólar apresentou um aumento de 2,54% em relação à semana passada, ficando cotado a R$ 5,64/US$.
Nova estimativa do VBP:
O Imea divulgou a quarta estimativa de 2020 do Valor Bruto da Produção (VBP) para o algodão mato-grossense. A nova perspectiva para este ano indica um aumento de 9,27% em relação ao ano passado, passando de R$ 12,796 bilhões para R$ 13,983 bilhões em 2020.
Nesse viés, o algodão contribui com 14,05% do VBP em MT e 18,33% no da agricultura, firmando-se como o terceiro segmento econômico mais importante para a agricultura, atrás apenas das culturas da soja e do milho.
Essa evolução do algodão ao passar dos anos se dá, principalmente, pela alta produtividade e pelo preço comercializado — reflexo das boas condições climáticas e do dólar fortalecido em 2020.
Desse modo, com as incertezas no mercado de algodão devido à Covid-19, o fator preço poderá continuar influenciando na projeção do VBP caso o dólar permanecer em patamar alto até o final da estimativa para o estado. Para mais informações acesse aqui.
Fonte: IMEA