O Imea divulgou os dados de comercialização de soja para jun/20 em MT. Como os negócios da safra 19/20 já vinham adiantados, principalmente direcionados à exportação, sobrou menos produto para as esmagadoras do estado, que ofertaram preços ao agricultor no último mês com um “spread” maior em comparação ao “preço exportação”.
Dessa forma, os negócios avançaram 3,13 p.p. e alcançaram 95,78% da oleaginosa disponível. Já para a safra futura, os negócios evoluíram 5,47 p.p. no mês e atingiram 46,99% da expectativa de produção da temporada 20/21. Os principais motivos devem-se aos preços atrativos ofertados, que ficaram acima de R$ 89,00/sc na média de jun/20.
Vale ressaltar que o volume de negócios está muito avançado comparado ao dos últimos anos e a diferença em relação à média dos últimos cinco anos é de 27,16 p.p., ou seja, os negócios estão duas vezes mais adiantados do que o “comum”.
Confira agora os principais destaques do boletim:
• O Indicador Imea-MT apresentou alta semanal de 1,69%, cotado em média a R$ 103,60/sc. Os motivos envolvem a baixa oferta do grão e a valorização das cotações na CMEGroup.
• Na CME-Group o contrato mar/21 fechou em US$ 9,00/bu, alcançando as maiores cotações médias dos últimos três meses.
• O Prêmio em Santos-SP registrou queda de 2,49%, fechando a semana a US$ 1,25/bu. A partir de agora os players de mercado voltam-se para o escoamento do milho, que está com os trabalhos a campo acelerados.
• Já os preços dos subprodutos da soja continuam em alta com as demandas por óleo de soja e farelo aquecidas. Com isso o aumento na relação soja/farelo e óleo na última semana foi de 6,64%.
Menos Soja disponível:
A Secex divulgou recentemente os volumes de soja exportados em jun/20. Os dados recordes já eram esperados e somaram 60,35 mi de t no acumulado de 2020, sendo que apenas em junho foram exportadas 13,50 mi de toneladas pelo país.
Apesar de até o momento 5,63 mi de t não estarem com a originação registrada, MT já exportou 15,61% a mais em 2020 ante 2019, e os demais estados, 38,82% a mais no mesmo período. A demanda externa tem sido tão alta que o USDA, em seu último relatório (10/jun), aumentou em 4,71% a estimativa de exportação brasileira em relação ao esperado até o mês passado.
Com tanta soja saindo do país, a dúvida que fica é o quanto de soja restará para atender às indústrias processadoras daqui, já que a demanda pelos subprodutos vem aumentando, o que está levando as esmagadoras a pagarem um “spread” aparentemente maior (como falado acima) pela soja neste ano em relação ao percebido nas últimas safras
Fonte: Imea