O milho safrinha é amplamente cultivado após a cultura da soja em várias regiões do país. Dentre as vantagens do cultivos se destacam o maior uso da terra, o aumento da lucratividade e também a produção de palha para a cultura sucessora. No entanto, é possível agregar ainda mais sustentabilidade ao sistema quando implantada uma cultura forrageira junto ao milho.
Trata-se do consórcio entre milho e espécies do gênero Brachiaria, conhecido também como consorcio milho-braquiária.
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Conforme destacado por CECCON (2013), o objetivo do consorcio é a produção de milho, palhada de milho e palha ou pasto de braquiária. Além disso, segundo BORGHI & CRUSCIOL (2007), o cultivo do milho em consorcio com a braquiária pode incrementar a produtividade do milho, além de trazer benefícios como melhorias nas condições físicas e estruturais do solo.
No entanto, para que os objetivos do consorcio sejam alcançados, é necessário alguns cuidados com as plantas. Como a braquiária apresenta crescimento mais rápido em relação ao milho, quando semeados juntos, é fundamental manejar a braquiária para que não se sobressaia ao milho, principalmente no período inicial do desenvolvimento da cultua.
Uma das alternativas para isso é a supressão da braquiária com o uso de herbicidas. Em vídeo, o integrante do Grupo Supra Pesquisas Guilherme Rossano dos Santos destaca a importância de uma boa supressão da braquiária. Segundo Guilherme, “uma boa supressão é efetuada quando o milho consegue se desenvolver bem, a braquiária não interfere, ou seja, compete com o milho durante o seu ciclo e ela consegue se recuperar dos sintomas causados pelos herbicidas”
Figura 1. Efeito da supressão de Braquiária consorciada com milho.
É fundamental atentar para a supressão, uma vez que dado o maior crescimento da braquiária em relação ao milho nos estádios iniciais da cultura, a braquiária pode sombrear e prejudicar o crescimento do milho. Guilherme destaca que a utilização de subdoses de herbicidas pode ser uma boa alternativa par a supressão da braquiária e que o Grupo Supra Pesquisas vem desenvolvendo trabalhos avaliando qual seria a melhor alternativa para utilização de subdoses na supressão da braquiária.
Nesta mesma linha de raciocínio, GRIGOLLI et al. (2017) avaliando e melhor dose de atrazina para o controle de soja “tiguera” (espontânea) em meio ao cultivo do consorcio milho-braquiária e a interação com diferentes doses de nicosulfuton, encontraram resultados que demonstram que doses crescentes de atrazina proporcionam o maior controle da soja “tiguera” além do melhor desenvolvimento da braquiária e produtividade do milho; os autores também encontraram resultados que apontam que misturas de nicosulfuron com atrazina além de aumentar o controle da soja espontânea, não afetam o desenvolvimento da braquiária. (Para determinação da dose consulte um engenheiro agrônomo).
Conforme mencionado por Guilherme, “o objetivo da braquiária não é competir com o milho mas sim permanecer solteira após a colheita do milho” contribuindo para a boa cobertura do solo.
Figura 2. Consórcio milho-braquiária em estádio de colheita do milho.
Confira o vídeo abaixo onde Guilherme explica a importância da boa supressão da braquiária.
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Referências:
CECCON, G. CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA. Embrapa, 175p. 2013.
CRUSCIOL, C. A. C.; CALONEGO, J.C.; BORGHI, E. ATRIBUTOS FÍSICOS E FÍSICO-HÍDRICOS DO SOLO COM O CULTIVO DE MILHO SOLTEIRO OU CONSORCIADO COM BRAQUIÁRIA. In: XXXI CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO. Gramado, 2007.
GRIGOLLI, J. F. J. et al. CONTROLE DE PLANTAS DE SOJA E SUPRESSÃO DO CAPIM EM MILHO CONSORCIADO COM BRACHIARIA RUZIZIENSIS. Arq. Inst. Biol., v.84, 2017.
Sobre o autor: Maurício Siqueira dos Santos, Engenheiro Agrônomo formado pela UFSM. Atualmente Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da UFSM e Integrante da Equipe Mais Soja.
Boa tarde!
Quais foram os herbicidas e dose por ha utilizados?