O trigo (Triticum aestivum) é uma gramínea cultivada mundialmente, sendo um dos cereais de maior importância econômica. É muito utilizado para produção de farinhas, alimentação humana e animal, rotação de cultura, proteção do solo entre outros. A adubação está diretamente relacionada com a qualidade e o potencial produtivo da cultura e dentre os nutrientes o nitrogênio (N) é sem dúvida fundamental no manejo sendo determinante termos uma boa disponibilidade no solo em determinadas épocas do desenvolvimento da cultura.
A aplicação de N tem sido de extrema importância devido aos benefícios trazidos por ele, como aumento da produtividade e qualidade fisiológica do grão. Sua função está diretamente ligada a fotossíntese e a formação da proteína do grão, atuando no crescimento e desenvolvimento da planta. No solo apenas uma pequena fração do N fica disponível para a planta tendo-se assim, a necessidade de uma suplementação via adubação. Seus efeitos variam de acordo com determinados fatores, como o estádio de desenvolvimento que a planta se encontra e fatores ambientais.
A quantidade de N a ser aplicada depende da análise química da área cultivada e da expectativa de rendimento. Conforme o Manual de Adubação e calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina é indicado aplicar de 15 a 20 kg de N/ha no momento da semeadura e o restante em cobertura entre os estádios de perfilhamento e de alongamento do colmo.
Quanto as épocas de aplicação do N em cobertura, a primeira aplicação no início do perfilhamento (fase do duplo anel), é marcada pelo início da formação da espiga e número de espigas por m². Já a outra aplicação no início da elongação (fase da espigueta terminal), é caracterizada pela definição do tamanho da espiga e início da diferenciação floral, ou seja, irá determinar número de flores férteis para formação de grãos após o florescimento.
Um forma de aumentar a eficiência o N em períodos de chuvas intensas e frequentes, é um parcelamento com três aplicações sendo essa terceira aplicação cobertura com N no início do emborrachamento, quando a folha bandeira estiver visível e com cerca de 1 cm, é uma forma de manter o fornecimento adequado de N para a planta em anos com excesso e precipitação, pois este é um estágio importante na formação do potencial de rendimento. Aonde o N gera incrementos sobre o número de espigas por m², viabilizando os perfilhos e, consequentemente, o número de flores férteis por espiga, além de aumentar a força de glúten (W), pelo aumento do teor de proteína dos grãos (glutenina e gliadina) que serão formados, aumentando a qualidade dos grãos para a indústria.
No entanto é necessário ter cuidado para não provocar uma super adubação de N o que pode comprometer a produtividade da lavoura. O excesso de N além de causar danos econômicos para o produtor, por estar desperdiçando um insumo caro, pode favorecer danos por acamamento de plantas de trigo e ainda prejudicar o controle de doenças provocada pelo excesso de biomassa que prejudica o controle fitossanitário.
Além de problemas Agronômicos e financeiros, o excesso de N pode causar sério danos ambientais, pois o N é um elemento muito dinâmico no ambiente, podendo sofrer várias transformações no solo que pode levar a perdas para o ambiente como a volatilização, desnitrificação e perda na forma de óxido nitroso (N2O), bem como a lixiviação de N-NO3– podendo contaminar o lençol.
Autores: Ezequiel Zibetti Fornari e Renata Candaten, Membros do grupo PET Ciências Agrárias, Acadêmicos do curso de Agronomia – Universidade Federal de Santa Maria – UFSM-FW
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