Tanto crescimento quanto o desenvolvimento de uma planta são influenciados por uma série de fatores que podem interferir diretamente ou indiretamente nesses processos. Além da necessária disponibilidade de água, nutrientes e radiação solar, é essencial que a planta mantenha um equilíbrio hormonal para que seu crescimento e desenvolvimento ocorram de maneira adequada
De acordo com Paulilo et al. (2015), os hormônios vegetais, também conhecidos como fitormônios, são substâncias produzidas pelas plantas. Em concentrações geralmente baixas, essas substâncias desencadeiam respostas fisiológicas. Por outro lado, os reguladores de crescimento são compostos sintéticos que atuam como um hormônio.
Os fitormônios são efetivos em quantidades extremamente pequenas. Produzidos em diferentes partes da planta, os fitormônios podem atuar no próprio lugar de síntese, ou serem transportados para outras regiões da planta, onde induzem respostas fisiológicas. Mesmo em baixas concentrações, esses compostos podem promover, inibem ou modificam qualitativamente o crescimento da planta (Paulilo et al., 2015).
As principais classes/grupos de hormônios vegetais incluem auxinas, giberelinas, citocininas, etileno e ácido abscísico. No entanto, novas classes de substâncias reguladoras do crescimento têm despertado interesse, tais como o brassinosteróides, salicilatos, jasmonatos e poliaminas. Quando essas substâncias são produzidas artificialmente, são denominadas reguladores vegetais, como as auxinas sintéticas, giberelinas, citocininas, etileno, retardadores do crescimento e estimulantes vegetais (Dias, 2020).
Figura 1. Principais efeitos dos hormônios vegetais.
Os hormônios vegetais desempenham um papel fundamental na regulação das relações fonte-dreno. Eles influenciam a distribuição dos fotossintatos ao controlar o crescimento dos drenos, a senescência foliar e outros processos de desenvolvimento. Além disso, as respostas de defesa das plantas contra herbívoros e patógenos também podem afetar a alocação e a distribuição dos fotoassimilados, com hormônios de defesa, como o ácido jasmônico, mediando essas respostas (Taiz et al., 2016).
Conforme destacado por Melo et al. (2002), os reguladores de crescimento também são empregados em aplicações diretas nas plantas no campo para obtenção de diversos efeitos, tais como o de promover, retardar ou inibir o crescimento vegetativo, promover ou inibir o florescimento, aumentar a frutificação efetiva, provocar o raleio de frutos, aumentar o tamanho dos frutos, evitar a abscisão de frutos, controlar a maturação e a senescência, promover o enraizamento e quebrar a dormência de sementes e gemas, entre outros.
Dessa forma, fica evidente a importância dos hormônios vegetais no crescimento e desenvolvimento das plantas, especialmente em situações de estresse, onde os reguladores de crescimento podem ser utilizados como uma ferramenta para mitigar os efeitos negativos decorrentes dessas condições adversas.
Veja mais: Qual a função das auxinas nas plantas?
Referências:
DIAS, J. P. T. HORMÔNIOS E REGULADORES VEGETAIS: CONCEITOS, GRUPOS E USOS. Disponível em: < https://editora.uemg.br/images/livros-pdf/catalogo-2020/Usos_e_aplicacoes/2020_usos_e_aplicacoes_cap1.pdf >, acesso em: 02/05/2024.
MELO, N. F. INTRODUÇÃO AOS HORMONIOS E REGULADORES DE CRESCIMENTO VEGETAL. Embrapa Semi-árido. Petrolina – PE, 2002. Disponível em: < https://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/bitstream/doc/135451/1/HormonioseReguladoresdeCrescimentoVegetal.pdf >, acesso em: 02/05/2024.
PAULILO, M. T. S. et al. FISIOLOGIA VEGETAL. Universidade Federal de Santa Catarina 182 p. Florianópolis – SC, 2015. Disponível em: < https://antigo.uab.ufsc.br/biologia//files/2020/08/Fisiologia-Vegetal.pdf >, acesso em: 02/05/2024.
TAIZ, L. et al. FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Artmed, ed. 6. Porto Alegre – RS, 2016.
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