As recentes tragédias climáticas, como as inundações no Rio Grande do Sul e as ondas de calor em outras regiões, representam uma evidência clara das incertezas que o país enfrenta. Com previsões indicando que períodos de temperaturas acima da média e irregularidade de chuvas se tornarão mais frequentes, é preciso viabilizar estratégias para proteger as lavouras contra intempéries e os efeitos das mudanças climáticas.

O El Niño, fenômeno que aquece as águas do Oceano Pacífico, já terminou. Agora, o clima será influenciado pela chegada da La Niña, que inverte o cenário, pois o fenômeno resfria a faixa Equatorial Central e Centro-Leste do Oceano Pacífico. Esse novo fenômeno traz preocupações para a safra de verão 2024/25 porque não se sabe qual será a intensidade da influência da La Niña no regime de chuvas nas regiões de cultivo de soja, já que as instabilidades são cada vez mais frequentes.

Perdas na safra de soja

A previsão para a safra de soja 2023/24 sob influência do El Niño sinalizava que as áreas cultivadas no Centro-Oeste poderiam sofrer com irregularidade de chuvas e que a região Sul do país seria beneficiada com chuvas acima da média. Porém, essa previsão que guiou o planejamento agrícola resultou em frustração para muitos produtores.

No Centro-Oeste, a seca foi mais grave do que o imaginado, gerando perdas significativas em áreas de soja de Goiás e Mato Grosso. Produtores das regiões mais ao sul do país também ficaram frustrados: eles esperavam bons volumes de chuvas, mas a safra de soja 2023/24 também foi prejudicada por secas no Paraná, São Paulo e especialmente no Mato Grosso do Sul.

“As chuvas cessaram e houve problemas inesperados. Ou seja, não há mais espaço para especulação em função do clima. O seguro agrícola é necessário para auxiliar o produtor a médio e longo prazo diante de margens tão apertadas nas últimas safras e para as próximas”, alerta Ricardo Caraça, gerente técnico de agronegócios da seguradora FF Seguros.

O milho safrinha 2024 também está sendo impactado

Novamente as reviravoltas do clima surpreenderam o agronegócio. O El Niño prometia beneficiar o milho safrinha com bons volumes de chuvas em toda a região mais ao sul. Porém, a realidade trouxe uma exceção: o Mato Grosso do Sul foi impactado por uma atípica seca. Lavouras de milho safrinha 2024 semeadas dentro da janela ideal de cultivo foram prejudicadas pela estiagem em todas as etapas do cultivo, comprometendo o rendimento.

O que aconteceu no Mato Grosso do Sul é surpreendente porque, com base no levantamento histórico do clima, tal seca poderia ser esperada durante o fenômeno La Niña, mas não seria prevista sob influência do fenômeno El Niño que estava ativo no período. A situação foi semelhante em várias áreas do Paraná, onde lavouras de grãos foram inesperadamente castigadas pela falta de chuva registrada nos meses de abril e maio. “Algumas áreas cultivadas, por exemplo, apresentam sintomas de seca semelhantes ou até piores do que o registrado durante a La Niña de 2021. Isso reforça a ideia de imprevisibilidade climática que estamos presenciando”, analisa Caraça.

Outra prova do cenário de incertezas sobre o clima é o caso do Rio Grande do Sul, que sofre com a tragédia das inundações. De acordo com o primeiro levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), estimam-se perdas para o agronegócio superiores a R$ 2 bilhões, mas o Estado demandará um bom tempo para compilar todos os resultados da tragédia e traçar estratégias de recuperação. “Áreas cultivadas poderão sofrer com os efeitos da lixiviação e redução de fertilidade do solo, mas ainda é muito cedo para sabermos a dimensão dos problemas”, opina Caraça.

A constatação de que um El Niño apresentou efeitos de La Niña desafia a agrometeorologia e preocupa produtores, com a imprevisibilidade sobre o que está por vir. “O cenário é difícil para os produtores projetarem a safra de soja 2024/25 porque há muitas incertezas sobre os efeitos práticos que a La Niña trará. É importante que os produtores invistam em boas práticas agrícolas para que as plantações enfrentem os desafios com resiliência”, alerta Caraça.

De acordo com Caraça, a mitigação de riscos deve ser uma prioridade ao longo das próximas safras. “Os desafios climáticos estão se intensificando e a FF Seguros está preparada para atender os produtores. O seguro agrícola é uma ferramenta de gestão de riscos fundamental para a proteção do agronegócio”, diz Caraça. Além de contar com a proteção de uma apólice, é recomendável que o produtor monitore o histórico de produtividade das áreas cultivadas e características do solo, considerando parâmetros de manejo focados em elevar a resiliência das plantas.

Fonte: Assessoria de imprensa



 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.