Embora a inoculação da soja possa ser considerada uma prática já consolidada em muitas propriedades produtoras da oleaginosa, em algumas situações a viabilidade e respostas produtivas da soja em função da inoculação é questionada. Isso por que originalmente, as bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Bradyrhizobium podem ser encontradas no solo, o que torna possível observar a nodulação de plantas, mesmo na ausência da inoculação.

Em virtude de boas condições climáticas e ambientais, associadas a um bom sistema de produção e rotação de culturas, em alguns casos pode-se observar boas produtividade de soja mesmo sem a realização da inoculação, levantando alguns questionamentos quanto a real necessidade da inoculação da cultura.

Cabe destacar que a fixação biológica de nitrogênio (FBN), consistem em um processo simbiótico entre planta e bactéria, onde as bactérias se abrigam, recebem proteção, nutrientes e fontes de energia da planta hospedeira e em troca, capturam o nitrogênio atmosférico (N2) e, pela ação da enzima nitrogenase sintetizada pela bactéria, o reduzem a amônia que, na sequência, é transformada em compostos nitrogenados exportados para a planta (Prando et al., 2020).



Gitti (2016) destaca que uma adequada FBN é capaz de suprir todo o nitrogênio necessário para produtividade médias de até 3.600 kg ha-1 e ainda proporcionar nitrogênio residual para a cultura sucessora, contudo, nem sempre as bactérias fixadoras de nitrogênio estão originalmente presentes no solo em quantidades suficientes para realizar a FBN necessária para suprir todo o nitrogênio requerido pela soja, especialmente se tratando de altas produtividades.

Sendo assim, uma das principais formas de contornar o problema e garantir o fornecimento de nitrogênio necessário para a soja é por meio da inoculação com bactérias fixadoras de nitrogênio, podendo essa praticas ser realizada via semente ou sulco de semeadura por meio da adição de inoculantes. Conforme destacado por Prando et al. (2019), a inoculação da soja com bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Bradyrhizobium proporciona incrementos médios de produtividade da soja de até 8% em comparação a soja não inoculada.



Além disso, Jackson Fiorin, pesquisador da CCGL, destaca que resultados de pesquisas desenvolvidas pela CCGL demonstram significativas repostas produtivas da soja em função da inoculação, podendo ser observados incrementos médios de produtividade de 4 sc ha-1, com variações de 0,5 sc ha-1a 9,7 sc ha-1.

Figura 1. Respostas produtivas da soja a inoculação.

Fonte: Rede Técnica Cooperativa – RTC

Com base nos resultados observados, corroborando pesquisas realizadas pela Embrapa, pode-se dizer que a inoculação da soja contribui significativamente para o aumento da produtividade da cultura, sendo necessária para a obtenção de altas produtividades, com maior sustentabilidade, principalmente pela elevada exigência de nitrogênio pela soja. Cabe destacar que além de realizar a inoculação, a qualidade da técnica empregada, seja nas sementes ou sulco de semeadura é de suma importância para a uma FBN eficiente, sendo necessário alguns cuidados para garantir a bons resultados produtivos.


Veja mais: Boas Práticas de Inoculação em Soja


Confira o vídeo abaixo com as dicas do pesquisador da CCGL Jackson Fiorin.


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Referências:

GITTI, D. C. INOCULAÇÃO E COINOCULAÇÃO NA CULTURA DA SOJA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2015/2016, 2016. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/234/234/newarchive-234.pdf >, acesso em: 12/11/2021.

PRANDO, A. M. et al. COINOCULAÇÃO DA SOJA COM Bradyrhizobium e Azospirillum NA SAFRA 2018/2019 NO PARANÁ. Embrapa, Circular Técnica, n. 156, 2019. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1117312/1/Circtec156.pdf >, acesso em: 12/11/2021.

PRANDO, A. M. et al. COINOCULAÇÃO DA SOJA COM Bradyrhizobium e Azospirillum NA SAFRA 2019/2020 NO PARANÁ. Embrapa, Circular Técnica, n. 166, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1129470/1/CIrc-Tec-166.pdf >, acesso em: 12/11/2021.

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