O uso adequado da inoculação biológica de nitrogênio, feito a partir de bactérias do gênero Bradyrhizobium beneficiam todas as áreas cultivadas com soja dentro do país e resultam em uma economia anual de US$ 8 bilhões para o Brasil, causado pela baixa utilização de fertilizantes nitrogenados (HUNGRIA, 2011).

 Dentre as bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico as mais comuns são Rhizobium e Bradyrhizobium, estas infectam raízes de diversas leguminosas. Após sua infecção ocorre um processo de simbiose, onde as bactérias fornecem o N para a planta enquanto a planta fornece moléculas de carbono para a bactéria (RAVEN, 2014).


Veja também: Coinoculação em soja


A inoculação (reinoculação) em áreas com histórico de cultivo de soja deve ser realizada anualmente, pois no período de entressafra de soja ocorre competição entre bactérias fixadoras do nitrogênio e outros microrganismos nativos da área agrícola, reduzindo a população de bactérias eficientes na fixação do nitrogênio menos adaptadas as variações de regime hídrico e térmico do que os microrganismos nativos, predominando bactérias menos eficientes na fixação do nitrogênio.

Já as bactérias do gênero Azospirillum apresentam considerável potencial agrícola, principalmente em gramíneas, onde apresentam mecanismos que estimulam o desenvolvimento radicular da planta e a fixação biológica. A associação dos múltiplos organismos é denominada de coinoculação.

 Na coinoculação observa-se um maior crescimento radicular, maior potencial de nodulação e resposta positiva na interação de bactérias diazotróficas, especialmente as do gênero Azospirillum brasilense e Bradyrhizobium japonicum, no entanto, no Brasil os estudos ainda se mostram incipientes respeito dos resultados e benefícios obtidos.


Saiba mais: Produtividade da soja com coinoculação e suplementação da adubação via foliar


Em trabalho realizado por Gitti, (2016), onde foi avaliado a influência da inoculação e coinoculação na cultura da soja nas características agronômicas e componentes de produção em sucessão ao milho em consórcio com braquiária em plantio direto, pode-se concluir que a coinoculação na cultura da soja pode contribuir em áreas com potencial de produtividade acima de 60 sc/ha de soja, e complementar a fixação biológica do nitrogênio, atualmente utilizada apenas com Bradyrhizobium, em áreas de maior extração desse nutriente.

Veja os resultados obtidos pelo autor do trabalho nas tabalas abaixo.

Tabela 1. Número de nódulos por planta, massa seca de nódulos por planta, massa seca de raízes por planta e massa seca da parte aérea da soja em 2015 e 2016 obtidos em tratamentos sem a inoculação de sementes, inoculação (Bradyrhizobium), coinoculação (Bradyrhizobium + Azospirillum brasilense) e aplicação de ureia em cobertura (200 kg/ha de nitrogênio). Fundação MS, Maracaju, MS, 2016.

Fonte: Fundação MS.

Tabela 2. Produtividade da soja em 2015 e 2016 obtidas em tratamentos sem a inoculação de sementes, inoculação (Bradyrhizobium), coinoculação (Bradyrhizobium + Azospirillum brasilense) e aplicação de ureia em cobertura (200 kg/ha de nitrogênio). Fundação MS, Maracaju, MS, 2016.

Fonte: Fundação MS.

Figura 1. Produtividade da safra em 2015 e 2016 obtidas em tratamentos sem a inoculação de sementes, inoculação (Bradyrhizobium), coinoculação (Bradyrhizobium + Azospirillum brasilense) e aplicação de ureia em cobertura (200 kg/ha de nitrogênio). Fundação MS, Maracaju, MS, 2016.

Fonte: Fundação MS.

Para acessar o trabalho completo, clique aqui.


Veja também: Coinoculação com Bradyrhizobium japonicum e Azospirillum brasilense associada à adubação nitrogenada no rendimento da soja


Elaboração – Equipe Mais Soja.

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