Nas lavouras produtoras de arroz irrigado do Rio Grande do Sul, uma praga é comumente encontrada, se tornando problema e necessitando atenção para seu controle, trata-se da lagarta-da-panícula do arroz. Duas espécies apresentam maior ocorrência no estado, a Pseudaletia adultera e P. sequax, com predominância de 80% da primeira espécie.

Pseudaletia sequax apresenta coloração mais escura comparada à Pseudalétia adultera. Quando adultas, podem atingir cerca quatro centímetros de comprimento e apresentam listras no sentido longitudinal, sendo a coloração geral marrom-clara para a Pseudaletia sequax e marrom-esverdeada para a Pseudaletia adultera.

Figura 1. Lagarta-da-panícula do arroz. 

Segundo dados da Agência Embrapa de Informação Tecnológica, o inseto está presente em toda as áreas de produção de arroz do Rio Grande do Sul, contudo sua maior incidência está na região da Planície Central, o ataque inicia a partir da fase de emissão das panículas, geralmente no mês de janeiro. As lagartas, podem causar destruição parcial ou total das panículas, dependendo da severidade do ataque, além de derrubar uma quantidade significativa de espiguetas, o que provoca reduções de produtividade de até 20%.

Algumas práticas de manejo podem auxiliar no controle e/ou diminuição da incidência da praga. Na pós-colheita, a destruição dos resíduos culturais do arroz, permite a  aeração e maior exposição da praga ao ambiente, tornando maior o ataque de inimigos naturais à praga, diminuindo sua população.

Figura 2. Lagarta-da-espiga (Pseudaletia spp).

Foto: J.V. de Oliveira

Pensando nisso, na terceira temporada do Dicas Mais Soja, o Engenheiro Agrônomo Dr. em Fitotecnia Adilson Jauer da Cultiva Soluções Agropecuárias comentou sobre os danos, momento de aplicação e o controle da Lagarta-da-panícula do arroz.

O pesquisador ressaltou que a lagarta-da-panícula é uma espécie que foi detectada recentemente na cultura do arroz, onde vem causando sérios danos às plantas. Esses danos podem ser visualizados mais ao final do ciclo de desenvolvimento onde a praga se alimenta da ráquis da planta e por consequência ocorre a queda dos grãos.

A grande dificuldade é a localização desse inseto, pois o mesmo se localiza mais no terço inferior da cultura, devendo-se “abrir” a planta para visualização de onde a praga está localizada. Conforme destacado pelo pesquisador, existem algumas dicas que podem ser utilizadas para comprovar se a praga está ou não presente, onde, ao abrir a linha da cultura pode-se observar grãos cortados ou caídos no chão quando há a presença da praga na lavoura.

Adilson destaca que é importante conhecermos o hábito de desenvolvimento dessa espécie pois geralmente, ela sobe do solo para a panícula à noite para fazer o corte da mesma. Com isso, observa-se que o momento ideal para se fazer a aplicação de inseticidas é no final da tarde ou no período da noite para facilitar o controle e garantir que o produto atinja o alvo.

Contudo, Adilson ressalta também a importância de se fazer um manejo preventivo da lavoura, ou seja, realizar o controle aproveitando as aplicações de fungicidas no final do emborrachamento ou antes da emissão de panícula, pois neste momento a praga já pode estar  presente na área, porém ainda não deu início ao ataque da lavoura.

Confira o vídeo abaixo.

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Referências:

AGÊNCIA EMBRAPA DE INFORMAÇÃO TECNOLOGICA. MANEJO DE PRAGAS. Disponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/arroz/arvore/CONT000fuye4xq502wyiv80166sqf3jeq1xg.html, acesso em 28/02/2020.

Elaboração: Equipe mais soja. 

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