Lembram-se das (muitas) recomendações que fizemos neste espaço para operar – quer como cobertura, quer como investimento – em posições do Matba, de Rosário, na Argentina? Pois bem: As operações efetivas que foram feitas (não foi teórico, foi investido dinheiro real) estão com lucro de 71,33% neste momento e decidimos não realizar ainda este lucro, porque acreditamos firmemente que há potencial de mais altas nos próximos 50 dias (embora nossa posição acabe em pouco menos de 30 dias).

Também tivemos 86,6% de lucro em posições de milho, só que em Chicago, mas comentaremos no boletim de milho. Tínhamos razão. Não é a primeira vez que conseguimos bons lucros nos mercados futuros. E temos nervos de aço (prática), necessários para se acompanhar as posições e decidir, além de boas informações diárias a respeito dos mercados. E há mais uma razão para operarmos futuros: quem opera futuros regularmente acompanha melhor e se posiciona melhor no mercado físico.

Esta é uma máxima conhecida no mercado. E nós precisamos dela para acompanhar e descrever adequadamente os mercados para nossos assinantes. Todas as empresas deveriam ter uma verba pequena para seus operadores se operarem mercados futuros ou opções, para aumentar lhes a sensibilidade e o desempenho nos mercados físicos. Se não quiserem arriscar dinheiro efetivo, que se criem jogos para ver quem acerta mais.



Razões para uma possível alta dos preços do trigo argentino daqui até início de agosto

Por que acreditamos que os preços do Matba, de Rosário, na Argentina, ainda tem chance de subir mais, embora Chicago tenha revertido nesta quarta-feira? Pelo seguinte:

a. somente a Argentina e os EUA tem trigo duro disponível (safra velha) hoje no mercado internacional. A Rússia não tem mais. A Europa não tem trigo duro, somente trigo brando. A Austrália teve quebra na safra passada e também não tem trigo; o Canadá, idem. Restam EUA e Argentina.

b. Mas, quanto trigo ainda tem disponível na Argentina e qual a demanda que pesa sobre ele? Os cálculos são os seguintes: segundo a estatística mais recente do Minagri, as compras de exportação de trigo na Argentina já atingiram 11.465,4 mil tons e as dos moinhos 2.938,1 mil tons, totalizando 14.403,5 mil tons, sobre uma disponibilidade de 18,5 milhões de toneladas. Restam, portanto, para serem comercializadas 4,09 milhões de toneladas. Destas, os moinhos argentinos precisarão comprar ainda 2,46 MT e os moinhos brasileiros cerca de 2,67 MT. Ora, a soma destas duas necessidades (5,13 MT) já ultrapassa a disponibilidade argentina em 1,04 MT, devendo provocar uma disputa pelo produto e consequente elevação de preço.

CONCLUSÃO: Tendo-se em mente que praticamente não há mais trigo brasileiro da safra 2018/19 de boa qualidade disponível no Brasil e que a nova safra só estará disponível (usável) em meados de outubro, para os primeiros lotes colhidos em agosto e que, portanto, para os moinhos do país funcionarem adequadamente precisarão comprar trigo importado, do qual o argentino é o mais barato, então, se você precisar ainda comprar trigo argentino, corra! Antes que suba mais. Mas, antes nos avise, porque temos trigo de excelente qualidade e pronta entrega.

Futuros: O trigo em alta… volatilidade

O rally do trigo foi o único que fechou o GAP do dia anterior, com forte queda, praticamente eliminando os ganhos de terça. A sessão noturna até chegou a abrir em forte alta, mas logo no começo da sessão normal o trigo perdeu força. Com isso Chicago voltou a fechar abaixo dos US$ 5 por bushel para julho e setembro. O Kansas ainda inclui dezembro nesta régua.

Os motivos para a baixa estavam claros, mas foram confirmados ao longo do dia. A Reuters apontou que com as novas altas o trigo FOB americano estava 30 dólares a tonelada mais caro que o equivalente na França. Isso enfraquece e muito a competitividade de exportação dos EUA, pois, por mais que os outros exportadores tenham acompanhado a alta, a proporção foi menor.

A disponibilidade da concorrência para a nova safra (ainda a ser colhida) também foi destaque. A União Europeia elevou sua projeção para a produção de trigo em 2019 para 143,8 MMT, ante 141,3 MMT anteriormente previstos. Dito isso, o fator técnico de que um GAP sempre deve ser fechado foi o menor problema para o trigo nesta sessão do meio da semana.

Fonte: T&F Agroeconômica


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