O controle de doenças é indispensável para a manutenção do potencial produtivo da cultura do milho. Múltiplas doenças foliares podem acometer o milho, causando a redução da capacidade fotossintética das folhas e consequentemente a redução do potencial produtivo da cultura.

Embora algumas cultivares apresentem maior tolerância genética a determinadas doenças foliares, o controle químico das doenças por meio do emprego de fungicidas ainda é indispensável para a obtenção de altas produtividades de milho.

Número de aplicações de fungicidas no milho

De acordo com Cota et al. (2018),  um levantamento realizado pela Embrapa, contemplando os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Maranhão, Piauí, Pernambuco e Sergipe, na primeira safra, e Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás e Minas Gerais na segunda safra (safrinha), demonstrou que das 956 lavouras de milho avaliadas, em 173 municípios brasileiros, a maioria dos agricultores realiza apenas de uma a duas aplicações de fungicidas na cultura do milho (figura 1).

Figura 1. Número de aplicações de fungicidas realizadas pelos agricultores em 956 lavouras de milho, no período de 2015 a 2017, nas principais regiões produtoras de milho do Brasil.
Fonte: Cota et al. (2018)

Conforme observado por Custódio et al. (2020), avaliando a eficiência de fungicidas no controle múltiplo de doenças foliares do milho, a aplicação de fungicidas, independentemente do tratamento, resulta na redução da severidade de doenças foliares na cultura, quando comparado a testemunha (sem aplicação de fungicidas).

Figura 2. Severidade total média de múltiplas doenças foliares dos onze ensaios, representada pela área abaixo da curva de progresso de doenças (AACPD), para os tratamentos. Milho segunda safra 2020.
Fonte: Custódio et al. (2020)

Consequentemente, o emprego de fungicidas na cultura do milho resulta no aumento da produtividade em comparação ao cultivo sem o uso dos fungicidas (figura 3), com ganhos médios de produtividade variando entre 5% a 32% dependendo da cultivar, local de cultivo e severidade das doenças (Custódio et al., 2020).


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Figura 3. Produtividade média em dez ensaios de múltiplas doenças foliares, em cada tratamento. Milho segunda safra 2020.
Fonte: Custódio et al. (2020)

Corroborando os resultados obtidos por Custódio et al. (2020), um estudo conduzido por Faria; Pereira; Ferraz (2022), analisando a produtividade do milho em função das épocas de aplicação de fungicidas, demonstrou que a produtividade do milho é influenciada positivamente  pela aplicação de fungicidas. Conforme aspectos observados pelos autores, o aumento do número de aplicações de fungicidas, possibilita o incremento da produtividade da cultura.

Faria; Pereira; Ferraz (2022), submeteram o milho a aplicação de fungicidas em V6 e em V6 + VT (duas aplicações). Conforme resultados obtidos pelos autores, as maiores produtividades foram observadas com o uso dos fungicidas em V6 + VT (duas aplicações), no entanto, o tratamento contendo uma aplicação de fungicidas (V6), também apresentou produtividade superior a testemunha (tabela 1).

Tabela 1. Produtividade média de grãos (kg ha-1) de dois híbridos de milho sem a aplicação fungicida, com uma aplicação no estádio V6 e com duas aplicações (V6+VT).
Fonte: Faria; Pereira; Ferraz (2022)

De acordo com Faria; Pereira; Ferraz (2022), o uso de fungicida se mostrou positivo e apresentou incremento produtividade de grãos de 4,4% nos tratamentos que receberam uma aplicação e 12,71% com duas aplicações de fungicida em relação à testemunha.

Em suma, é evidente a contribuição do emprego de fungicidas para o aumento da produtividade e/ou manutenção do potencial produtivo do milho, sendo indispensável o uso de fungicidas no manejo fitossanitário do milho para a obtenção de altas produtividades.


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Referências:

COTA, L. V. et al. MONITORAMENTO DO USO DE FUNGICIDAS NA CULTURA DO MILHO NO BRASIL. Embrapa, Circular Técnica, n. 249, 2018. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/191891/1/circ-249.pdf >, acesso em: 23/09/2024.

CUSTÓDIO, A. A. P. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDS NO CONTROLE MÚLTIPLO DE DOENÇAS FOLIARES DO MILHO: SEGUNDA SAFRA 2020. Idr-Paraná, 2020. Disponível em: < https://www.idrparana.pr.gov.br/sites/iapar/arquivos_restritos/files/documento/2021-01/bt97_-_idr-parana_-_29-01-2021_0.pdf >, acesso em: 23/09/2024.

FARIA, J. E.; PEREIRA, J. L. A. R.; FERRAZ, M. A. J. AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DO MILHO EM FUNÇÃO DAS ÉPOCAS DE APLICAÇÃO DE FUNGICIDAS. Josif, 2022. Disponível em: < https://www.google.com/search?q=AVALIA%C3%87%C3%83O+DA+PRODUTIVIDADE+DO+MILHO+EM+FUN%C3%87%C3%83O+DAS+%C3%89POCAS+DE+APLICA%C3%87%C3%83O+DE+FUNGICIDA&rlz=1C1JZAP_pt-BRBR1091BR1091&oq=AVALIA%C3%87%C3%83O+DA+PRODUTIVIDADE+DO+MILHO+EM+FUN%C3%87%C3%83O+DAS+%C3%89POCAS+DE+APLICA%C3%87%C3%83O+DE+FUNGICIDA&gs_lcrp=EgZjaHJvbWUyBggAEEUYOTIGCAEQRRg80gEHMjMxajBqN6gCCLACAQ&sourceid=chrome&ie=UTF-8 >, acesso em: 23/09/2024.

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