O controle de plantas daninhas é uma prática fundamental na produção agrícola, visando diminuir a competição entre planta daninhas e cultivadas por água nutrientes e radiação solar para que a produtividade de cultura não seja afetada. Contudo diferentes situações são encontradas no manejo das plantas em decorrência em regiões com diferentes caraterísticas climáticas, e as regiões do Sul do Brasil se destacam por apresentar o inverno bem definido, apresentando períodos frios com risco de formação de geadas.

Em vídeo, o Professor da Universidade Federal do Paraná e Pesquisador do Grupo Supra Pesquisa Leandro Albrecht comenda a influência das geadas no controle de plantas daninhas e os cuidados necessários para o manejo das plantas daninhas nos períodos entressafras. Segundo Leandro, a geada tem a capacidade de “matar” algumas plantas daninhas, especialmente gramíneas de clima tropica que não apresentam tolerância á geadas.

Leandro enfatiza a importância de culturas de cobertura nos períodos entressafras, servindo como fonte de cobertura para o solo e posteriormente palhada para o sistema plantio direto. Nestas áreas, a geada funciona como uma ferramenta para o controle de plantas daninhas já emergidas e a cobertura do solo tende a minimizar a emergências de novas plantas daninhas. Entretanto, em áreas onde não há a cobertura do solo, o efeito da geada no controle de plantas daninhas não é tão duradouro, uma vez que após a morte das plantas, novas plantas daninhas emergem do solo em virtude da má cobertura do solo e facilidade com que a radiação solar incide no solo, favorecendo a emergência de plantas daninhas.

Figura 1. A esquerda área sem cobertura do solo, apenas com resíduos culturais da cultura antecessora, a direita área com cobertura do solo (cultivo de aveia).

O pesquisador ainda destaca que o momento de entressafra das culturas principais é fundamental para o controle de plantas daninhas de difícil controle como a Buva e o Capim-amargoso, aproveitando o efeito das geadas para “entrar com os produtos na lavoura”, controlando a Buva emergida ainda nos estádios iniciais do seu desenvolvimento e da mesma forma para o Capim-amargo. No entanto, Leandro chama atenção para a mistura dos produtos, especialmente quando utilizado o glifosato e o 2,4-D, pois segundo ele, efeitos de antagonismo podem surgir entre os produtos, sendo mais recomendado a utilização do 2,4-D e após sua aplicação a utilização de graminicidas (ambos isoladamente), principalmente visando o manejo da Buva e do Capim-amargoso.

GRIGOLLI destaca que de maneira geral sempre que misturamos herbicidas mimetizadores de auxinas (2,4-D) com um graminicida, ocorre efeito antagonista e o graminicidas tende a perder eficiência de controle. Como o Capima-amargoso é uma das principais plantas daninhas da soja e que segundo ADEGAS (2020) já apresenta resistência ao glifosato, é preferível a não mistura dos graminicidas com os mimetizadores de auxinas para maximizar a eficiência do controle.

Veja também: Controle de buva e capim-amargoso

Figura 1. Plantas daninhas com resistência simples (isolada) e múltipla ao glifosato.

Fonte: ADEGAS (2020).

Confira o vídeo com as dicas do Professor Leandro Albrecht.


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Referências:

ADEGAS, F. PALESTRA ONLINE-PLANTAS DANINHAS RESISTENTES: SITUAÇÃO ATUAL E MANEJO. Embrapa – Radar da Tecnologia Soja, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-HPHU1wHWfE>, acesso em: 08/06/2020.

GRIGOLLI, J. F. J. CAMPANHA FIM-DO-AMARGOSO: MANEJO E CONTROLE. Fundação MS, disponível em: <https://www.noticiasagricolas.com.br/dbarquivos/fim-do-amargoso-fundacao-ms.pdf>, acesso em: 08/06/2020.

 

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