O controle de pragas no milho é determinante para a manutenção do potencial produtivo da cultura. Ao longo do desenvolvimento do milho, uma série de pragas pode acometer a cultura, causando danos que vão desde a redução do estande de plantas, até a redução da área foliar e componentes de produtividade.
Em função do potencial de danos e frequência de ocorrência, algumas pragas assumem papel primária e outras secundários na cultura do milho. Além da preocupante e temida cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis e Leptodelphax maculigera), responsável por transmitir os enfezamentos ao milho, algumas pragas, em especial lagartas, causam significativas perdas de produtividade à cultura.
Dentre as principais lagartas do milho, destacam-se a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), a lagarta-da-espiga (Helicoverpa zea), a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e a lagarta rosca (Agrotis ipsilon).
Figura 1. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda), a lagarta da espiga (Helicoverpa zea), a lagarta elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e a lagarta rosca (Agrotis ipsilon).
Já com relação aos percevejos, os percevejos do gênero Diceraeus, principalmente, o Diceraeus furcatus e o Diceraeus melacanthus (percevejo-barriga-verde), são os mais preocupantes na cultura do milho.
Figura 2. Adulto de Diceraeus furcatus (a); Diceraeus melacanthus (b). Coloração do abdômen de fêmeas de Diceraeus furcatus: marrom-acinzentada, predominante em condições de temperaturas baixas (inverno) (c); verde, presente em condições de temperaturas altas (verão) (d).
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Algumas dessas pragas podem estar presentes na lavoura, antes mesmo da semeadura do milho, em resíduos culturais, plantas daninhas e/ou plantas voluntárias. Nesse sentido, danos ainda no início do estabelecimento do milho podem ser observados em casos em que não há um controle inicial de pragas.
Como alternativas para mitigar os efeitos da presença de pragas no estabelecimento do milho, além do tratamento de sementes com inseticidas específicos, pode-se adotar estratégias como a dessecação antecipada da área, como uso de inseticidas, bem como, utilização de híbridos geneticamente modificados, adoção de áreas de refúgio, controle de plantas daninhas e/ou voluntárias, a rotação de culturas, assim como a rotação de princípios ativos de inseticidas.
Vale destacar que o monitoramento intensivo da lavoura é determinante para definir o momento de controle das pragas e assim reduzir os danos em milho, sendo indiscutível a necessidade de monitorar a área de produção.
Com exceção da cigarrinha do milho, a qual tem período crítico para o controle químico de VE a V5, confira abaixo o período de ocorrência das principais pragas do milho.
Figura 3. Período de ocorrência das principais pragas do milho.
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Veja mais: Cigarrinha-do-milho – Saiba quando controlar
Referências:
AGROESTE. MANUAL DE PRAGAS DO MILHO, DA SOJA E DO ALGODÃO. Disponível em: < http://www.agroeste.com.br/guia_pragas/#galeria[0]/6/ >, acesso em: 17/12/2024.
WORDELL FILHO J. A. et al. PRAGAS E DOENÇAS DO MILHO: DIAGNOSE, DANOS E ESTRATÉGIAS DE MANEJO. EPAGRI, 2016. Disponível em: < https://ciram.epagri.sc.gov.br/ciram_arquivos/agroconnect/boletins/BT_PragasDoencasMilho.pdf >, acesso em: 17/12/2024.