O manejo de plantas daninhas na entressafra é considerado o mais importante no sistema de produção de grãos, visto que, neste período existe um número maior de ferramentas e alternativas que podem ser utilizadas, como herbicidas de diversos mecanismos de ação, além de técnicas de controle mecânico e cultural.
Os herbicidas pré-emergentes ou como também chamados de herbicidas residuais são produtos aplicados no solo antes que ocorra a emergência das plantas daninhas, sendo que estes devem persistir por tempo e concentração suficientes na camada do solo, onde se localiza o maior percentual de sementes de plantas daninhas que germinarão na sequência.
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Uma das principais vantagens desses produtos é que eles possibilitam à cultura de interesse, desenvolver-se á frente da planta daninha e adquirir vantagens competitivas sobre elas. Além disso, muitos pré-emergentes possuem mecanismos de ação distintos dos utilizados em pós-emergência e assim tem importante encaixe na rotação de produtos visando incremento de controle, manejo de biótipos resistentes e como estratégia anti-resistência.
Quando se trata da soja, é de extrema importância que o cultivo inicie no limpo, pois a cultura tolera o convívio com plantas daninhas por um período de tempo muito curto, de cerca de 18 dias após a emergência ou de 7 dias em condições adversas, após a emergência.
Em trabalho realizado por Grigolli, 2016, onde avaliou-se a eficiência de diferentes herbicidas pré-emergentes no controle de buva, obteve-se os seguintes resultados a respeito do controle:
Tabela 1. Eficiência de controle (%) de buva com diferentes herbicidas pré-emergentes aos 14, 21, 28, 35 e 42 dias após a aplicação dos tratamentos. Maracaju, MS, 2016.
As tabelas abaixo demonstram a eficiência de controle dos principais pré-emergentes em relação às plantas daninhas.
Pensando nisso, na terceira temporada do Dicas Mais Soja, o pesquisador da CCGL Mário Bianchi, comentou sobre a importância do uso do herbicida pré-emergente e em quais situações esse herbicida é mais ou menos fundamental no manejo e controle de plantas daninhas na lavoura.
Mário ressaltou que os pré-emergentes são ferramentas de grande importância atualmente, uma vez que se trata de um produto que possibilita com que a cultura permaneça no limpo em um determinado período a partir da semeadura.
A manutenção da lavoura limpa nesse período é fundamental, pois a entrada na área para se fazer o controle de plantas daninhas em pós-emergência inicia-se, em média, nos estádios V4-V5 na cultura da soja, e muitas vezes, quando não utilizamos o pré-emergente, esse momento de controle pode ser tarde, ressaltou o pesquisador.
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Conforme destacou o pesquisador, algumas plantas como a buva, por exemplo, podem atingir um estágio de desenvolvimento avançado até a entrada com um controle pós-emergentes, e assim, herbicidas como o glifosato, já não são mais eficientes para controlar a planta já emergida e com um tamanho maior.
Dessa forma, pode-se dizer que o pré-emergente irá dar à cultura, um fôlego inicial para que a aplicação do herbicida em pós-emergência possa ser aplicado no melhor estágio da planta daninha (cerca de 4 folhas), aliando assim o operacional com o momento de necessidade da planta, destacou o pesquisador.
O que a soja precisa é que o controle da planta daninha que vai emergir após a sua semeadura, seja controlada com o mínimo de interferência e com o máximo de eficiência, e isso só se consegue com plantas daninhas menores, com até 4 folhas.
Mário destaca também que o pré-emergente atua justamente nesse sentido, atrasando a emergência de plantas daninhas para que o controle em pós-emergência seja efetivo e eficaz.
Um dos questionamentos sempre presentas, quando pensamos em utilização de herbicidas pré emergentes é a seletividade dos produtos utilizados. Neste sentido o pesquisador, avaliando diferentes produtos, em duas safras, nos demonstrou os resultados abaixo:
Para acessar o trabalho completo clique aqui.
Em relação às áreas que mais necessitam da utilização de herbicidas pré-emergentes, Mário explicou que, de maneira geral, aquelas áreas com pouca cobertura de solo, são as que mais necessitam da utilização de pré-emergente, conforme demonstrado abaixo.
- Mais de 5 toneladas de palha em superfície, uniformemente distribuída – menor necessidade de uso de pré-emergente pois a pressão (número) de plantas daninhas tende a ser reduzido;
- Menos de 2 toneladas de palha em superfície, áreas de pastoreio ou pousio – herbicida pré-emergente deve ser utilizado como uma ferramenta decisiva no controle.
Para ouvir a conversa do pesquisador com o Mais Soja, assista o vídeo abaixo.
https://www.facebook.com/maissoja/videos/401527013848221/?t=215
Elaboração: Engenheira Agrônoma Andréia Procedi – Equipe Mais Soja.