O manejo e controle de doenças em soja é indispensável para a manutenção do potencial produtivo da cultura, e qualidade dos grãos ou sementes produzidas. Embora algumas doenças possam ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da soja, a exemplo da ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), por ocasião, algumas doenças são mais comuns em determinados estádios do desenvolvimento da soja, como é o caso do oídio e do mofo-branco no início da floração.

Pensando em um manejo proativo, para a obtenção de altas produtividade, uma alternativa de manejo utilizada nas últimas safras tem sido a aplicação zero de fungicidas. A aplicação zero consiste na aplicação de fungicidas de menor efeito residual, antes da primeira aplicação verdadeira de fungicidas onde produtos com melhor desempenho e efeito residual são empregados.

A aplicação zero é realizada na soja no período entre V3 e V4, juntamente com a aplicação de herbicidas (capina). Normalmente são empregadas misturas de fungicidas como Triazol + Estrobilurinas, Triazol + Carbendazim ou então Triazol + multissítio. Como principais vantagens, tem-se a melhor cobertura da planta, em função da menor área foliar, bem como a maior proteção inicial da soja, principalmente em anos de elevada pressão de patógenos.

No geral, observa-se que aplicações tardias dificilmente conseguem alcançar os terços médios e inferiores da planta com boa cobertura, dificultando o controle das doenças (figura 1). Nesse sentido, a aplicação zero possibilita a entrada de fungicidas nos terços médio e inferior da planta, promovendo proteção inicial a doenças, até que a primeira aplicação verdadeira de fungicidas (com produtos de maior performance) seja realizada.

Figura 1. Qualidade da cobertura de aplicação em função da época de aplicação.
Fonte: Rede Técnica Cooperativa – RTC

Vale destacar que a necessidade de realizar a aplicação zero em soja, pode variar de acordo com a pressão de doenças e ciclo da cultivar. Cultivares com ciclo mais curto, podem apresentar estádios mais avançados do desenvolvimento (início da floração) no momento correspondente a aplicação zero, o que torna necessário abrir mão dessa aplicação e entrar com produtos de maior performance. Além disso, passado o estádio da aplicação zero, independentemente do motivo, o ideal é que o programa de manejo seja adotado da primeira aplicação verdadeira em diante, eliminando a aplicação chamada de zero.


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De acordo com Carlos Pizolotto, Pesquisador da CCGL, quando bem posicionada, a aplicação zero contribui efetivamente para o aumento da produtividade da soja, em comparação a soja sem aplicação zero, fato que torna ainda mais atrativa essa aplicação, considerando o custo benefício dessa prática.

Figura 2. Produtividade da soja sem e com aplicação zero de fungicidas.
Fonte: Rede Técnica Cooperativa – RTC

Em casos de ausência da necessidade ou da impossibilidade de realizar a aplicação zero no período recomendado, uma alternativa é a antecipação da aplicação primeira verdadeira. Considerando o potencial de danos que algumas doenças podem causar em soja, atuar de forma proativa no manejo de doenças é determinante para a obtenção de boas produtividades de soja, principalmente sob condições climáticas e ambientais favoráveis ao desenvolvimento das doenças.

Confira abaixo as dicas e considerações do Pesquisador da CCGL Carlos Pizolotto sobre o manejo de doenças em soja.


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Referências:

REDE TÉCNICA COOPERATIVA. DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO CONTROLE DE DOENÇAS EM SOJA: ENSINAMENTO DA SAFRA 2023/24. Rede Técnica Cooperativa – RTC, 2024. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=s75T0WBm7CY >, acesso em: 11/11/2024.

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