Passado o feriado, o mercado brasileiro de soja deve retomar as negociações ainda com preços firmes e com negócios limitados. Os produtores estão retraídos, com atenções voltadas para o plantio inicial da safra, que segue atrasado por falta de chuvas. A oferta é restrita e prejudica a movimentação.
O mercado brasileiro de soja teve um dia travado na sexta. Os preços oscilaram entre estáveis e mais altos, acompanhando a alta de Chicago, após o USDA ter cortado safra e estoques americanos.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos seguiu em R$ 158,00. Na região das Missões, a cotação também permaneceu em R$ 158,00. No porto de Rio Grande, o preço estabilizou em R$ 153,00.
Em Cascavel, no Paraná, o preço ficou em R$ 160,00 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca permaneceu em R$ 151,00.
Em Rondonópolis (MT), a saca seguiu em 163,00. Em Dourados (MS), a cotação avançou de R$ 160,00 para R$ 162,00. Em Rio Verde (GO), a saca aumentou de R$ 158,00 para R$ 159,00.
Plantio
O plantio da safra nova de soja 2020/21 do Brasil está em 2,3% da área total esperada até o dia 09 de outubro. A estimativa parte de levantamento de SAFRAS & Mercado.
Os trabalhos estão atrasados em relação ao ano passado, quando 9,5% da safra já estava plantada, e também atrás da média normal para o período, que era de 9,6%.
Comercialização
A comercialização da safra 2020/21 de soja do Brasil envolve 52,9% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 9 de outubro. No relatório anterior, com dados de 4 de setembro, o número era de 49,3%.
Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 25,8% e a média para o período é de 25,4%. Levando-se em conta uma safra estimada em 132,171 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 69,875 milhões de toneladas.
A venda para 2019/20 subiu de 97,9% no início de setembro para 98,4%. A comercialização está acelerada na comparação com o ano anterior, quando o índice era de 92%, e também supera a média normal para o período, de 90,6%.
Com a safra projetada em 125,339 milhões de toneladas, o total já negociado por parte dos produtores chega a 123,381 milhões de toneladas.
Chicago
Os contratos com vencimento em novembro registram alta de 0,58%, cotado a US$ 10,39 3/4 por bushel.
O mercado se recupera após as fortes perdas de ontem, quando o mercado foi pressionado por um movimento de realização de lucros.
USDA
O relatório de outubro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,268 bilhões de bushels em 2020/21, o equivalente a 116,16 milhões de toneladas, abaixo da estimativa anterior de 4,313 bilhões ou 117,4 milhões. O mercado apostava em safra de 4,292 bilhões ou 116,8 milhões de toneladas.
Os estoques finais estão estimados em 290 milhões de bushels ou 7,9 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 360 milhões ou 9,8 milhões de toneladas. No relatório anterior, os estoques estavam projetados em 460 milhões de bushels – 12,5 milhões de toneladas.
O USDA indicou esmagamento em 2,180 bilhões de bushels e exportação de 2,200 bilhões, repetindo a estimativa de setembro para o processamento, mas elevando as exportações, anteriormente projetadas em 2,125 bilhões de bushels.
A produção 2019/20 está estimada em 3,552 bilhões de bushels. Os estoques finais em 2019/20 estão projetados em 523 milhões de bushels.
O relatório projetou safra mundial de soja em 2020/21 de 368,47 milhões de toneladas. Em setembro, o número era de 369,74 milhões de toneladas.
Os estoques finais estão estimados em 88,7 milhões de toneladas. O mercado esperava por estoques finais de 90,9 milhões de toneladas. Em setembro, a previsão era de 93,59 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana de 116,15 milhões de toneladas. Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 133 milhões de toneladas, repetindo o número de setembro. A Argentina deverá produzir 53,5 milhões de toneladas, também sem alterações. A estimativa para as importações chinesas em 2020/21 é de 100 milhões de toneladas, com aumento de 1 milhão sobre o relatório anterior.
Para 2019/20, o USDA indicou safra de 336,59 milhões de toneladas. Os estoques finais estão projetados em 93,75 milhões de toneladas, enquanto o mercado apostava em 94,7 milhões. A safra brasileira teve sua estimativa mantida em 126 milhões de toneladas.
A safra argentina foi reduzida de 49,7 milhões para 49 milhões de toneladas.
As importações chinesas estão projetadas em 97,4 milhões de toneladas, contra 98 milhões previstas em setembro.
Prêmios
O prêmio em Paranaguá para outubro ficou em200 a 230 pontos acima de Chicago. Para novembro, o prêmio é de 200 a 230 pontos acima.
Câmbio
O dólar comercial opera com ganho de 0,19% neste momento, cotado a R$ 5,538.
Indicadores financeiros
- As principais bolsas da Ásia encerraram firmes. Xangai, +0,04%. Tóquio, +0,18%.
- As principais bolsas na Europa operam em baixa. Paris, -0,35%; Frankfurt, -0,63%; Londres, -0,27%.
- O petróleo opera com ganhos. Novembro do WTI em NY: US$ 40,10 o barril (+1,69%).
- O Dollar Index registra alta de 0,09%, a 93,15 pontos.
Fonte: Agência SAFRAS