Em março, os preços de milho continuaram subindo, devido ao maior interesse de compradores e à forte retração vendedora. Mesmo com a colheita da safra de verão se aproximando do fim, muitos produtores têm preferido negociar a soja em detrimento do milho. Neste cenário, em março, os preços atingiram os maiores patamares nominais da série histórica do Cepea, iniciada em 2004.
Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 12,9% no acumulado de março (entre 28 de fevereiro e 31 de março), fechando a R$ 60,14 saca de 60 quilos na terça-feira, 31. A média do Indicador, de R$ 57,41/sc, é a maior da série do Cepea, em termos nominais.
Em Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 12,9% no acumulado de março (entre 28 de fevereiro e 31 de março), fechando a R$ 60,14 saca de 60 quilos na terça-feira, 31. A média do Indicador, de R$ 57,41/sc, é a maior da série do Cepea, em termos nominais.
Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as elevações também foram expressivas. Os preços de balcão (pago ao produtor) avançaram 6,1% e de lotes (negociações entre empresas), 7,7% no acumulado de março.
Na B3, predominaram as incertezas quanto à oferta de milho nos próximos meses e ao cenário econômico. Assim, os contratos Mai/20 e Jul/20 tiveram valorizações de 4,6% e 4,8% no acumulado do mês, fechando a R$ 50,69 e R$ 46,6/sc de 60 kg, respectivamente.
A segunda quinzena de março foi marcada por incertezas quanto a possíveis restrições na circulação de mercadorias, diante das medidas de controle do coronavírus, o que pode diminuir a comercialização do cereal.
No campo, produtores se concentraram na finalização da colheita de soja e no plantio de milho da segunda safra, limitando o volume disponível. O clima quente e seco ainda persistiu em algumas áreas, inspirando cuidados na maior parte das regiões produtoras da segunda safra.
Produtores do Paraná seguem com os trabalhos de campo e, em algumas regiões, como o sudoeste, o plantio já foi finalizado. Segundo o Seab/Deral, 99% da área estadual já havia sido plantada, enquanto a colheita da safra verão atingiu 85% da área.
No Rio Grande do Sul, a colheita chegou aos 72% da área estadual, segundo a Emater/RS. Apesar do bom andamento das atividades, colaboradores do Cepea indicaram que as dificuldades durante o desenvolvimento das lavouras reduziram o potencial produtivo.
Em Mato Grosso, segundo o Imea, a semeadura de milho foi finalizada de forma satisfatória, fechando a terceira semana de março com 100% do total.
Na Argentina, os trabalhos de campo da safra 2019/20 seguiram avançando, apesar das chuvas. Segundo relatório da Bolsa de Cereais, 22% da área nacional já havia sido colhida até o dia 2 de abril. Os rendimentos até então reportados foram muito distintos dentre as regiões, com algumas, como Santa Fé, apresentando 7,7 t/ha, e nos núcleos Norte e Sul chegando a 10 t/ha, sustentando a manutenção da estimativa de produção, de 50 milhões de toneladas.
Na CME/CBOT (Bolsa de Chicago), os contratos futuros foram pressionados, na maior parte do mês, pelo enfraquecimento do petróleo, além das preocupações com a pandemia do coronavírus. Na última semana de março, os contratos voltaram a avançar com a alta do petróleo, além de um volume maior de exportações. Com isso, entre 28 de fevereiro e 31 de março, os vencimentos Maio/20 e Jul/20 tiveram baixas significativas de 7%, fechando a US$ 3,407/bushel (US$ 134,15/t) e US$ 3,46 bushel (US$ 136,21) no dia 31. Neste mês, os contratos chegaram a atingir os menores patamares desde o início das negociações.
Fonte: Cepea