Por T&F Agroeconômica

ANÁLISE FUNDAMENTAL

FATORES DE ALTA

  • Safra brasileira continua confusa: Mais uma consultoria reduz a estimativa de produção do Brasil. A AgResource Brasil revisou suas estimativas para a produção de grãos do Brasil em 2023/24 para 150,72 milhões de toneladas, quase 10 milhões de toneladas abaixo das previsões iniciais. De acordo com a consultoria, novas revisões devem ocorrer no dia 10, quando a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) publicará seu quarto levantamento sobre a safra 2023/24. Já o USDA, de Brasília, estima uma produção de 158,5 milhões de toneladas. Entre as duas uma diferença de quase 8 milhões de toneladas, que ajuda pouco;
  • Enfraquecimento do dólar ante o real e avanço do petróleo. As oscilações da economia americana, que nossos assinantes seguem diariamente em nossa análise do câmbio, influenciam diretamente na demanda por soja americana. No caso de hoje, positivamente, porque, com o dólar mais fraco, a soja americana fica mais atraente. O petróleo interfere diretamente na demanda por óleo de soja como biocombustível.

FATORES DE BAIXA

  • No Brasil, a expectativa é de que o tempo mais úmido limite as perdas de rendimento nas lavouras, principalmente em Mato Grosso. De qualquer forma, muitos analistas acreditam que as perdas no Brasil serão compensadas por uma recuperação da produção na Argentina. Há grande expectativa sobre o relatório da Conab da próxima semana;
  • Vendas externas dos Estados Unidos que vieram abaixo do piso das estimativas do mercado. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) informou nesta sexta que exportadores do país venderam 201,6 mil toneladas de soja da safra 2023/24, já descontados os cancelamentos, na semana encerrada em 28 de dezembro. O volume, o mais baixo registrado no ano comercial, representa queda de 80% ante a semana anterior e de 85% em relação à média das quatro semanas anteriores. Para 2024/25, foram vendidas 600 toneladas. A China comprou 71,6 mil toneladas. O saldo das vendas das duas safras, de 202,2 mil toneladas, veio abaixo do piso das estimativas de analistas, de 300 mil toneladas. Já a ANEC estima que o Brasil embarque 1,3 MT em janeiro;
  • Plantio de soja na Argentina alcançou na última semana 85,8% da área projetada, de 17,3 milhões de hectares. Na semana, o avanço foi de 7,2 pontos porcentuais. Segundo a bolsa, 98% da safra apresentava condição entre normal e excelente. A produção argentina deverá passar de 25 MT para 48 MT nesta safra.

MERCADO DO DIA 05/01

SOJA fechou em baixa com fraca demanda pelo grão americano na semana

FECHAMENTOS DO DIA 05/01: O contrato de soja para março24, a próxima data negociada nos EUA, fechou em baixa de -0,89 %, ou $ -11,25 cents/bushel a $ 1256,75. A cotação de maio24, referência para a safra brasileira, fechou em baixa de -0,96 % ou $ -12,25 cents/bushel a $ 1264,25. O contrato de farelo de soja para janeiro fechou em baixa de -1,81 % ou $ -6,8 ton curta a $ 369,4 e o contrato de óleo de soja para dezembro fechou em baixa de -1,10 % ou $ – 0,53/libra-peso a $ 47,63.

CAUSAS DA BAIXA: A soja negociada em Chicago fechou o dia e a semana em baixa. Nesta sexta-feira o USDA registou o menor volume semanal de vendas externas no ano comercial para a soja americana. Fator que pressionou as cotações da oleaginosa. As chuvas previstas para o centro-oeste brasileiro e regiões produtoras na Argentina também colaboraram para o resultado negativo da soja.

O mercado já consolidou a quebra no Brasil, no entanto, enquanto as consultorias privadas no país indicam uma safra entre 152 e 155 milhões de toneladas, o adido do USDA em Brasilia apontou uma produção de 158,5 milhões de toneladas de soja. Este valor está abaixo do relatório WASDE de dezembro, mas já aponta a direção dos dados que sairão no próximo dia 12.

Com isso a soja fechou a semana em queda de -3,22% ou $-41,75 cents/bushel. O farelo caiu -4,3% ou $-16,6 ton-curta no período. O óleo de soja acumulou perdas de -1,14% ou -0,55 libra/peso.

INDICAÇÕES TÉCNICAS IMPORTANTES

ANEC-BRASIL DEVE EXPORTAR EM JANEIRO 1,3 MILHÃO DE T DE SOJA (fator de alta no Brasil, queda em Chicago): O Brasil deve exportar 1,3 milhão de toneladas de soja neste mês, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). As exportações de farelo devem somar 1,74 milhão de toneladas.

Na semana entre 24 e 30 de dezembro de 2023 foram exportadas 928,3 mil toneladas de soja e 456,2 mil toneladas de farelo. No total do ano passado, foram embarcadas para o exterior 101,3 milhões de t de soja e 22,2 milhões de t de farelo.

FUNDOS SÃO VENDEDORES EM SOJA, FARELO E ÓLEO (fator de baixa): O relatório dos Compromissos dos Traders registrou que os Fundos de Investimento tinham 11.629 contratos líquidos vendidos de soja, em 1/2. Essa foi a segunda venda líquida desde março de 2020 e ocorreu por meio de novas vendas líquidas da semana.

Os traders comerciais de soja tinham 77.956 contratos vendidos líquidos em 1/2, após uma semana de 12,9 mil novos contratos longos (compra) adicionados. Em farelo de soja, os Fundos de Investimento reduziram suas posições compradas líquidas em 16 mil contratos, para 43.039 em 1/2 – por meio da venda líquida de novas especificações. Para o óleo de soja, os Fundos apresentaram 50.554 contratos líquidos vendidos em 1/2. Essa foi a maior posição de venda líquida do contrato 901 para a semana, já que a venda líquida superou as novas posições compradas.

Fonte: T&F Agroeconômica



 

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