InícioDestaqueMicrovespas: uma interessante alternativa pensando na sustentabilidade do cultivo da soja

Microvespas: uma interessante alternativa pensando na sustentabilidade do cultivo da soja

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é fundamental para a sustentabilidade do sistema produtivo de soja e o controle eficiente de pragas na cultura. Dentre as ferramentas que integram o MIP, o controle biológico desempenha papel essencial no controle de pragas, contudo sua utilização requer planejamento.



Microvespas como Trichogramma  spp. e Telenomus posidi são muito utilizadas no controle de pragas da soja como lagartas e percevejos respectivamente. Contudo, conforme destacado pelo pesquisador da Embrapa Soja Adeney de Freitas Bueno o uso dessas microvespas para no controle biológico de pragas da soja requer certo planejamento, uma vez que o modo de ação difere de inseticidas, atuando de forma antecipada no desenvolvimento das pragas.

Segundo Cruz & Monteiro (2004), as microvespas Trichogramma spp. atuam diretamente nos ovos das lagartas. A fêmea da vespinha coloca seus ovos no interior dos ovos do hospedeiro interrompendo o desenvolvimento da praga no início do ciclo. Os ovos da vespinha darão origem a novas vespas que iram continuar o processo de oviposição nos ovos das pragas resultando num controle eficientes das lagartas antes mesmo do desenvolvimento da praga.

Figura 1. Trichogramma spp.

Fonte: Koppert

Uma das espécies de Trichogramma que possui registro no MAPA para uso no controle biológico de pragas da soja é o Trichogramma pretiosum que controla lagartas como falsa-medideira (Chrysodeixis includens), lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis), lagarta-da-espiga-do-milho (Helicoverpa zea), Helicoverpa armigera (e outras lagartas da sub-família Heliothinae), lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) entre outras (Koppert Biological Systems).

A Telenomus posidi atua de forma semelhante ao Trichogramma spp. parasitando  basicamente os ovos das pragas, entretanto essa microvespa parasita principalmente ovos de percevejos, tais como o percevejo-barriga-verde (Dichelops melacanthus), o percevejo-marrom (Euschistus heros), o percevejo-verde-pequeno (Piezodorus guildinii) entre outros, sendo uma interessante ferramenta para o controle dessas pragas que causam tantos danos quantitativos e qualitativos na cultura da soja.

Figura 2. Telenomus posidi

Foto: Juliano Pazini

Contudo, Adeney explica que além do planejamento, certos cuidados são necessários para a utilização dessas microvespas no controle biológico de pragas da soja principalmente por se tratar de organismos vivos. O pesquisador destaca que deve-se ter atenção especial com o uso de inseticidas, evitando a aplicação de inseticidas 10 dias antes da liberação das microvespas e pelos menos uma semana após a liberação para o Trichogramma spp. e duas semanas no caso do Telenomus posidi.

A liberação das microvespas deve ser realizada preferencialmente nas horas mais frescas do dia para evitar a morte desses organismos. Cabe salientar que essas microvespas não controlam lagartas e percevejos e sim os ovos que darão origem a essas pragas. Sendo assim é fundamental o monitoramento da área de cultivo visando identificar a presença de ovos para a definição do período de utilização desses agentes biológicos que segundo Adeney é quando são observados os primeiros adultos das pragas nas áreas de cultivo.

Confira o vídeo abaixo com as dicas e explicações do pesquisador Adeney de Freitas Bueno


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Referências:

CRUZ, I.; MONTEIRO, M. A. R. CONTROLE BIOLÓGICO DA LAGARTA DO CARTUCHO DO MILHO, Spodoptera frugiperda, UTILIZANDO O PARASITÓIDE DE OVOS Trichogramma pretiosum. Embrapa Soja, Comunicado Técnico, n. 98, 2004.

KOPPERT. PRETIOBUG: MICRO-VESPA PARASITÓIDE. Koppert Biological Systems. Disponível em: <https://www.koppert.com.br/pretiobug/>, acesso em: 29/09/2020.

 

Equipe Mais Soja
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