Por Dr. Argemiro Luís Brum

As cotações do milho, em Chicago, após pouco se alterarem nesta semana, subiram no dia 02/05, puxadas pelo repentino movimento altista da soja. O fechamento desta quinta-feira (02), portanto, ficou em US$ 4,52/bushel, contra US$ 4,41 uma semana antes.

A média de abril fechou em US$ 4,34/bushel, com aumento de 1,2% sobre março. Todavia, em comparação a abril de 2023, tal média ficou mais de dois dólares abaixo, já que um ano antes a mesma atingiu a US$ 6,54/bushel.

Dito isso, até o dia 28/04 os EUA haviam semeado 27% da área esperada de milho, contra 22% na média histórica. Naquela data 7% das lavouras estavam germinadas. Por sua vez, os EUA embarcaram, na semana encerrada em 25/04, um total de 1,2 milhão de toneladas de milho, volume que ficou dentro do esperado pelo mercado.

Com isso, o total acumulado no ano comercial chega a 31,6 milhões de toneladas, ou seja, 32% acima do registrado no mesmo período do ano anterior. Assim como na soja, este mercado aguarda o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 10/05.

E no Brasil, os preços do cereal se mantiveram em linha com o ocorrido na semana anterior, com a média gaúcha fechando a semana em R$ 53,91/saco, e as principais praças locais elevando o seu preço para R$ 54,00/saco neste final de semana, diante das dificuldades provocadas pelas intempéries. Já no restante do país, o produto permaneceu entre R$ 36,00 e R$ 56,00/saco.

Na B3, o preço do milho, para o contrato maio/24, encerrou abril com uma redução de 3,65%. O grão iniciou o mês com o valor de R$ 59,50/saco no vencimento, fechando o dia 30 passado cotado a R$ 57,33/saco.

Neste momento, com o início de uma elevação nos preços, na semana passada, os compradores diminuíram suas compras, tentando forçar um recuo nos preços. As empresas dão conta de possuírem estoques, enquanto sabem que os produtores precisarão, daqui em diante, vender o produto visando fazer caixa para pagarem seus compromissos bancários. Mas as intempéries e a tendência de uma safrinha menor podem manter os preços do milho mais elevados no segundo semestre.

Neste sentido, lembramos que a Conab indica área 8% menor e produção de 85,6 milhões de toneladas na safrinha, ou seja, 16% inferior a do ano anterior. Para determinados corretores, o milho brasileiro está barato e terá que subir de preço no segundo semestre, diante de uma safrinha que será bem menor do que a do ano passado. (cf. Brandalizze Consulting)

Enfim, as novas e intensas chuvas e inundações no Rio Grande do Sul, nesta semana, irão trazer fortes prejuízos também para o milho. Quando as mesmas iniciaram, segundo dados da Emater, faltavam ainda colher cerca de 18% da área semeada em nosso Estado. Estas chuvas começam a atingir também Santa Catarina e, se chegarem ao Paraná, a safrinha local igualmente será prejudicada.

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Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



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