As cotações do milho, em Chicago, subiram mais um pouco durante esta semana, com
o primeiro mês fechando em US$ 4,40/bushel, contra US$ 4,22 uma semana antes.

Ao mesmo tempo, os embarques do cereal, na semana encerrada em 14/03, somaram 1,2 milhão de toneladas por parte dos EUA. Em todo o atual ano comercial o país norte-americano exportou 23,1 milhões de toneladas, contra pouco mais de 17,5 milhões no ano anterior.

Dito isso, na Ucrânia a área semeada com milho, no corrente ano, deve diminuir 4,5%, chegando a 3,9 milhões de hectares. Há possibilidades de redução, também, na área de trigo de primavera local. Mas a área a ser semeada pode ser maior do que o esperado, já que o governo ucraniano avançava, em fevereiro, um corte de 9% na área de milho. A produção ucraniana de milho aumentou acentuadamente neste século, passando de apenas 3,8 milhões de toneladas em 2000 para um pico de cerca de 42 milhões em 2021. Todavia, a invasão russa, no início de 2022, reduziu a produção, com a mesma caindo para 29,6 milhões de toneladas de milho em 2023, enquanto a projeção para 2024 fica em 26,3 milhões. Com isso, as exportações de milho, por parte da Ucrânia, podem recuar para 20,5 milhões de toneladas em 2024/25, após 26 milhões no ano anterior. Em contrapartida, os agricultores locais tendem a aumentar a área de soja, para 2,2 milhões de hectares, contra 1,78 milhão em 2023. Lembrando que a Ucrânia tem sido o maior produtor e exportador mundial de óleo de girassol. (cf. Ministério da Agricultura da Ucrânia, via Reuters)

E na Argentina, a colheita do milho está estimada, agora, em 54 milhões de toneladas, perdendo 2,5 milhões estimados anteriormente pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires, enquanto a produção de soja pode chegar a 52,5 milhões de toneladas na atual safra. E no Brasil, os preços do milho continuaram estáveis, com alguns movimentos de alta em determinadas regiões. A média gaúcha ficou em R$ 52,21/saco, enquanto as principais praças locais se mantiveram em R$ 50,00. Nas demais localidades brasileiras os valores do cereal oscilaram entre R$ 37,00 e R$ 58,00/saco.

Este leve suporte aos preços, por enquanto, se dá pela tendência de menor safra de milho no Brasil, neste ano. Estima-se uma safra de verão, em vias de finalização, a 23,4 milhões de toneladas, ou seja, 14,5% abaixo do colhido no ano anterior, enquanto a segunda safra ficaria em 87,3 milhões, com recuo de 14,7% sobre o ano anterior, e a terceira safra em 1,99 milhão e recuo de 7,6%. (cf. Conab e Cepea)

Dito isso, o plantio da chamada safrinha de milho atingia a 97% da área no Centro-Sul brasileiro até o dia 14/03. Enquanto isso, a safra de verão estava 68% colhida na mesma data. (cf. AgRural) E no Paraná, o plantio da safrinha de milho chegou a 96% da área esperada, contra 77% em relação à safra passada. Neste Estado, o índice de plantio de milho é também o mais avançado em vários anos, igualando o patamar registrado em 2016. (cf. Deral)

Enfim, a exportação de milho, pelo Brasil, somou 227.832 toneladas até o final da segunda semana de março, contra um total exportado em março de 2023 de 1,3 milhão de toneladas. Assim, por enquanto, a média diária de embarques está em recuo de 64,3% sobre o ano anterior. Já o preço médio do milho brasileiro recuou 19,8% em um ano, se estabelecendo atualmente em US$ 274,80/tonelada.

Ainda em termos de exportação, o Brasil supera os EUA nas vendas do cereal para a China. Nos dois primeiros meses de 2024, foram exportadas 4,1 milhões de toneladas, de um total de 6,19 milhões compradas pelo país asiático no período considerado. Isso ocorre depois que a China, há pouco mais de um ano, aprovou as exportações de milho brasileiras para o seu território. Enquanto isso, as importações chinesas de milho estadunidense caíram 67%, ficando em 766.989 toneladas nos dois primeiros meses do corrente ano. “O Brasil está interessado em exportar milho, soja e outros produtos por meio do porto de Chancay, no Peru, controlado pela China, o que permitiria que os exportadores brasileiros enviassem mercadorias por caminhão para o porto peruano para embarque para a Ásia via Oceano Pacífico, reduzindo o tempo de trânsito em cerca de duas semanas. O transporte pelo porto também oferece uma alternativa ao Canal do Panamá, onde os navios têm enfrentado atrasos e congestionamentos devido ao impacto das condições climáticas secas sobre os níveis de água do canal.” (cf. Reuters)

Fonte: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum-  CEEMA UNIJUÍ – Comentários referentes ao período entre 15/03/2024 e 21/03/2024

FONTE

Autor:Prof. Dr. Argemiro Luís Brum-  CEEMA UNIJUÍ

Site: CEEMA UNIJUÍ

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