A buva (Conyza spp.) é considerada uma das principais plantas daninhas que infestam lavouras anuais, causado significativas perdas produtivas em decorrência da matocompetição. Pesquisas demonstram que em média, uma planta de buva por metro quadrado pode reduzir em até 14% a produtividade da soja, sendo essa redução, ainda maior a medida em que a densidade populacional da planta daninha aumenta (Supra Pesquisa).
Dependendo da espécie de buva, é possível observar registros de casos de resistência simples e múltipla a diferentes herbicidas e mecanismos de ação, fato que atrelado ao rápido crescimento e desenvolvimento dessa planta daninha, confere grande dificuldade de controle da buva. Além da elevada habilidade competitiva e as dificuldades de controle, especialmente em pós-emergência, a buva apresenta uma impressionante capacidade de produzir sementes.
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Segundo Lamego et al. (2013), uma planta adulta de buva consegue produzir até 200 mil sementes viáveis, as quais são facilmente dispersas por agentes como o vento, proporcionando grande capacidade de multiplicação da buva. Levando em consideração que essas sementes são depositadas no banco de sementes do solo, grandes populações de buva podem representar uma verdadeira infestação para culturas sucessoras.
Ao acessar condições favoráveis de temperatura, umidade e luz, as sementes de buva germinam dando origem a novas populações de plantas infestantes. Como na safra 2021/22 algumas lavouras, em especial da região Sul do Brasil tiveram dificuldade em se desenvolver, pelas condições de baixa disponibilidade hídrica, altas infestações de buva puderam ser observadas no final da safra.
Levando em consideração que algumas dessas plantas daninhas concluíram seu ciclo de desenvolvimento, produzindo e dispersando milhares de sementes, o controle subsequente a safra da soja é extremamente necessário para reduzir as populações de buva em áreas de cultivo. Tendo em vista a possibilidade do cultivo do milho safrinha em algumas regiões, essa pode ser uma interessante ferramenta para o controle da buva possibilitando o uso de diferentes herbicidas e diferentes mecanismos de ação de herbicidas, contribuindo assim para o manejo da resistência a herbicidas.
Confira o vídeo abaixo com as dicas do Professor e Pesquisador Alfredo Albrecht.
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Referências:
LAMEGO, F. P. et al. MANEJO DE Conyza bonariensis RESISTENTE AO GLYPHOSATE: COBERTURAS DE INVERNO E HERBICIDAS EM PRÉ-SEMEADURA DA SOJA. Planta Daninha, Viçosa-MG, 2013. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/8yvSpQHkfCV5KxqbBd56Bqk/?format=pdf&lang=pt >, a cesso em: 28/03/2022.