O milho é uma das principais plantas cultivadas a nível global, no Brasil, seu cultivo é concentrado no período do verão (safra), ou após a cultura de verão na modalidade de milho safrinha em regiões onde as condições climáticas possibilitam esse cultivo. Entretanto, tanto no milho safra quanto no milho safrinha, pragas podem incidir sobre a cultura em vários estádios do seu desenvolvimento depreciando grãos e reduzindo a produtividade da cultura.
Por se tratar de um cultivo após outra cultura de verão, muitas vezes algumas pragas que incidem sobre o milho safrinha já estão presentes na lavoura no momento de semeadura da cultura, sendo assim, quando o milho é cultivado na modalidade safrinha, deve-se redobrar a atenção com pragas iniciais na lavoura.
Uma das principais pragas de parte aérea que ataca a cultura do milho é a lagarta-do-cartucho-do-milho (Spodoptera frugiperda), segundo (Valicente, 2015), a praga pode reduzir a produção em até 52%. Além de atacar folhas, reduzindo drasticamente a área fotossintéticamente ativa da planta, a lagarta pode atacar espigas, prejudicando ainda mais o desenvolvimento da planta e produtividade da cultura. Normalmente, os adultos têm hábito noturno e são mais ativos durante as noites mais quentes.
Figura 1. Danos de Spodoptera frugiperda na cultura do milho.
Embora novas tecnologias tenham sido desenvolvidas para controle da praga, em virtude do mau uso delas, hoje, a lagarta-do-cartucho continua sendo a principal praga do milho, mesmo com o uso de variedades transgênicas (Valicente, 2015). Sendo assim, o manejo químico da praga utilizando inseticidas no momento correto e de forma eficiente é essencial para minimizar os danos da praga e proporcionar a manutenção da produtividade do milho seja ele safra ou safrinha.
Contudo, para um manejo eficiente utilizando inseticidas é preciso conhecer as opções disponíveis, bem como e eficiência de controle de ambos para embasar o posicionamento de produtos. Além disso, o momento de controle é essencial para a boa eficiência dele, sendo que visando uma maior eficiência de controle, o ideal é realizar as aplicações ainda no início dos danos a cultura, ou seja, quando as lagartas estão iniciando a raspagem das folhas do milho.
Para a cultura do milho safrinha, Grigolli & Grigolli (2019) destacam resultados de pesquisa realizada pela Fundação MS visando avaliar a eficiência de diferentes inseticidas no controle da lagarta-do-cartucho-do-milho em dois estádios: no início da raspagem das folhas do milho e com lagartas já encartuchadas. Conforme resultados do estudo, a melhor eficiência de controle independente do produto utilizado ocorreu no início da raspagem das folhas do milho, ou seja, no estádio inicial da infestação.
Os tratamentos e dosagens utilizadas no estudo realizado pela Fundação MS podem ser observados na Tabela 1, já os resultados de eficiência de controle de diferentes inseticidas podem ser observados na tabela 2.
Tabela 1. Tratamentos, dosagem (mL ou g.ha-1) e ingrediente ativo dos inseticidas utilizados nos experimentos.
Os resultados de eficácia de controle observados indicaram que no cenário de início de desenvolvimento das lagartas nas plantas de milho, todos os inseticidas (exceto Larvin isolado e em mistura) apresentaram em pelo menos uma avaliação eficácia acima de 80% de controle de S. frugiperda (Grigolli & Grigolli, 2019).
Tabela 2. Eficácia (%) de controle de Spodoptera frugiperda aos 1, 4, 7, 10 e 14 dias após a aplicação (DAA) de diferentes inseticidas no início da raspagem das lagartas em plantas de milho.
Os resultados apontam que os inseticidas mais eficazes dentro das condições do presente estudo para controle da lagarta-do-cartucho-do-milho nos estádios iniciais do desenvolvimento da praga foram Ampligo (300 mL.ha-1), Premio (125 mL.ha-1), Lannate + Belt (1000 + 100 mL.ha-1), Lannate + Premio (1000 + 10 mL.ha-1), Exalt nas três dosagens utilizadas, Pirate (750 mL.ha-1), Tracer e Proclaim + Ochima nas duas dosagens utilizadas, que demonstraram eficácia acima de 90% em pelo menos uma avaliação (Grigolli & Grigolli, 2019).
Entretanto, os mais eficazes foram Ampligo (300 mL ha-1), Premio (125 mL ha-1), Lannate + Belt (1000 + 100 mL ha-1), Lannate + Premio (1000 + 10 mL ha-1), Exalt nas três dosagens utilizadas, Pirate (750 mL ha-1), Tracer e Proclaim + Ochima nas duas dosagens utilizadas, que demonstraram eficácia acima de 90% em pelo menos uma avaliação (Grigolli & Grigolli, 2019).
Os autores destacam que para as aplicações em lagartas encartuchadas, os mesmos inseticidas apresentaram comportamento diferente frente ao controle, reduzindo significativamente a eficiência de controle da praga. Sendo assim, fica visível que o momento de controle é tão importante quanto o produto utilizado. Para tanto, cabe destacar que os resultados obtidos pelo ensaio conduzido pela Fundação MS destacam que quando utilizados no período correto, há uma vasta opção de produtos que podem desempenhar controle satisfatório da lagarta-do-cartucho-do-milho.
Veja mais: Monitoramento e cuidados com a lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) no Milho
Referências:
GRIGOLLI, J. F. J.; GRIGOLLI, M. M. K. MANEJO E CONTROLE DE PRAGAS DO MILHO SAFRINHA. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Milho Safrinha 2019, 2019. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/354/354/5ebc46562b3e23b8b4cbb5fa16275a971d474ae699160_03-pragas-do-milho-safrinha-2019-somente-leitura-.pdf >, acesso em: 19/04/2021.
VALICENTE, F. H. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA CULTURA DO MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 208, 2015. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/125260/1/circ-208.pdf >, acesso em: 19/04/2021.
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