Suprir as exigências nutricionais de uma cultura agrícola é essencial para que a planta possa expressar seu potencial produtivo, possibilitando a obtenção de altas produtividades. A adequada nutrição mineral depende de uma série de fatores, tais como a extração e exportação de nutrientes, interações entre planta, solo e nutriente, entre outros.
A adequação dos níveis nutricionais do solo, com base nos resultados da análise química da fertilidade do solo e expectativa de produtividade, é essencial para fornecer a quantidade necessária de nutrientes para que a planta possa apresentar um bom crescimento e desenvolvimento. Além disso, o monitoramento da lavoura e análise dos níveis nutricionais do solo podem inclusive reduzir os custos com fertilizantes, uma vez que serão aportados ao sistema de produção, somente os nutrientes presentes em concentrações inferiores a exigência da cultura.
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Contudo, uma adequada nutrição mineral vai além do aporte nutricional, é preciso conhecer algumas características e particularidades dos nutrientes no solo e planta, bem como suas interações, visando identificar possível deficiência nutricionais e/ou limitações da nutrição.
Uma das principais características a se abordar, é a mobilidade dos nutrientes no solo e planta, uma vez que a forma como é adicionado um nutriente no solo pode variar de acordo com sua mobilidade, a exemplo da aplicação de fertilizantes na linha ou a lanço. Além da mobilidade no solo, alguns nutrientes diferem quanto a mobilidade no interior da planta.
Conhecer a mobilidade dos nutrientes no interior da planta pode auxiliar no posicionamento de práticas de manejo, tais como a aplicação foliar de nutrientes, além de possibilitar a diferenciação dos principais sintomas visuais observados em casos de deficiência nutricional.
Tabela 1. Mobilidade de nutrientes no solo e planta.
Em fundação da mobilidade na planta, o local de ocorrência dos sintomas de deficiência nutricional pode variar de acordo com o nutriente. Embora normalmente os sintomas típicos de deficiência nutricional possam ser observados no dossel da cultura, a posição em que ocorrem pode variar.
Deficiências de Nitrogênio, Fósforo, Potássio e Magnésio, são observadas nas folhas mais velhas da planta em função da sua maior mobilidade, já sintomas de deficiência de nutrientes com baixa mobilidade, normalmente são observados nas folhas jovens da planta.
Figura 1. Local de visualização de sintomas de deficiência nutricional em plantas de soja, em função da mobilidade do nutriente na planta.
Como principais características visuais dos sintomas de deficiência nutricional, é consenso que a clorose observada em folhas velhas, quando uniforme é resultante da deficiência de Nitrogênio e quando internerval/mancha, é resultante da deficiência de Magnésio. Já a necrose das folhas velhas, quando ocorre secamento da ponta e margens é reflexo da deficiência de Potássio, enquanto a necrose internerval também pode ser um sintoma da deficiência de Magnésio.
Ainda que os sintomas de deficiências nutricionais só possam ser visualizados com o crescimento e desenvolvimento vegetal, a identificação deles pode auxiliar no posicionamento de práticas de manejo, possibilitando também descartar algumas hipóteses como fitotoxidade de produtos, frente a ocorrência de sintomas visuais em folhas de soja.
Referências:
SQM VITAS. NUTRIÇÃO: MOBILIDADE DOS NUTRIENTES. Disponível em: < https://sqm-vitas.com.br/nutricao/mobilidade-dos-nutrientes/ >, acesso em: 20/10/2021.
SANTOS, O. S. NUTRIÇÃO MINERAL DE PLANTAS. UFSM. Disponível em: < http://atividaderural.com.br/artigos/50576bd84de68.pdf >, acesso em: 20/10/2021.
TAIZ, L. et al. FISIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO VEGETAL. Porto Alegre, ed. 6, 2017.