Durante o ciclo de desenvolvimento da soja, da semeadura da cultura a colheita, uma série de pragas podem incidir sobre a lavoura, causando perdas significativas de ordem qualitativa e quantitativa. Dentre as principais e mais conhecidas pragas, podemos destacar as lagartas e os percevejos.
Além da densidade populacional e espécie da praga, os danos ocasionados em soja podem variar de acordo com o período em que ocorre o ataque na cultura. A maior parte dos percevejos por exemplo, causam maiores perdas de produtividade da soja quando presentes no período reprodutivo da soja, especialmente no período do enchimento de grãos.
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A presença de pragas nos níveis de ação pré-estabelecidos para a cultura, torna justificável a intervenção com medidas de controle a fim de minimizar os danos ocasionados pelas pelos insetos. Visando a maior sustentabilidade do cultivo e assertividade no controle de pragas, o manejo integrado de pragas (MIP) é uma das principais e mais adotadas estratégias de manejo.
O MIP é uma importante ferramenta de auxílio a ações estratégicas no controle de pragas, com base em qualificado conhecimento científico, que muito pode contribuir para a sustentabilidade econômica e ambiental da atividade agrícola (Ávila & Santos, 2018). O monitoramento das pragas é essencial na implantação e manutenção do MIP e pode contribuir significativamente para a redução do uso de inseticidas em virtude da maior assertividade do momento de controle.
Contudo, visando um monitoramento eficiente e representativo das pragas, é necessário seguir algumas orientações para maior assertividade do momento de controle. É indicado o número mínimo de seis amostragens para uma área de até 10 hectares, oito amostragens para áreas de 11 a 30 hectares e o mínimo de 10 amostragens para áreas superiores a 30 hectares respeitando o tamanho máximo de 100 hectares. Cada talhão deve ser uma área homogênea quanto à data de semeadura, topografia/relevo, cultivar, nível de fertilidade e manejo (Corrêa-Ferreira et al., 2017).
Além de contribuir para a maior assertividade do momento de controle, o monitoramento eficiente de pragas da cultura da soja possibilita posteriormente, a análise do histórico de ocorrência de pragas na lavoura, contribuindo para a adequação e execução de práticas de manejo. Visando auxiliar técnicos e produtores na melhor execução do monitoramento de pragas da cultura da soja, foi desenvolvida pela Embrapa, uma caderneta de campo para monitoramento de insetos na soja.
A caderneta facilita o registro, transporte e manuseio de dados a nível de campo, além de trazer orientações de como realizar as amostragens e níveis de ação para as principais pragas da cultura da soja (Corrêa-Ferreira et al., 2017).
Figura 1. Ficha para monitoramento de insetos da soja.

Figura 2. Ficha para o monitoramento de outros insetos da cultura da soja e inimigos naturais.

Cabe destacar que o monitoramento de pragas é indispensável para a definição do momento de controle, com base nas recomendações técnicas estabelecidas para a cultura. Para acessar a caderneta de campo completa clique aqui!
Referências:
ÁVILA, C. J.; SANTOS, V. MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS (MIP) NA CULTURA DA SOJA: UM ESTUDO DE CASO COM BENEFÍCIOS ECONÔMICOS E AMBIENTAIS. Embrapa Agropecuária Oeste, Documentos, n. 143, 2018. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/187852/1/DOC-143-2018-2.pdf >, acesso em: 30/11/2021.
CORRÊA-FERREIRA, B. S. et al. CADERNETA DE CAMPO PARA O MONITORAMENTO DE INSETOS NA SOJA. Embrapa Soja, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/165101/1/CadernetaMIP.pdf >, acesso em: 30/11/2021.
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