Matopiba: as lavouras foram implantadas dentro da janela ideal de plantio para a região. As chuvas ocorreram em níveis elevados e causaram restrições pontuais à cultura devido ao excesso de umidade, porém, no geral, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, inclusive com o início das operações de colheita em algumas áreas na BA e no MA. A estabilização do clima, reduzindo a frequência e o volume de chuvas, viabilizará a maturação e o avanço da colheita nas próximas semanas.
Goiás: maioria das lavouras segue em boa condição, inclusive com o início da colheita, mesmo que de forma incipiente, nas áreas de plantio mais precoce. A dessecação chegou a ser interrompida em vários municípios em razão do excesso de chuvas. A qualidade dos grãos obtidos até o momento é considerada boa, mesmo apresentando teores de umidade elevados, acima de 20%. Casos de ferrugem asiática no Sudoeste goiano foram identificados devido ao tempo prolongado com chuva e nebulosidade. Com isso os produtores têm reduzido os intervalos de aplicação de fungicidas de forma a intensificar o controle da doença.
Mato Grosso: ciclo da cultura avançou consideravelmente. A colheita ultrapassa os 15% da área total semeada e o rendimento verificado até o momento é considerado bom. Há casos pontuais de grãos avariados, especialmente por ataques de insetos, mas dentro de um nível tolerável.
Mato Grosso do Sul: o tamanho da área sob estresse hídrico tem se tornado mais relevante, uma vez que pouquíssimas localidades produtoras na região Centro-Sul receberam chuva recentemente. Para a região Centro-Norte, a condição climática é mais amena e, no geral, tem sido considerada favorável à cultura. O controle de pragas está sendo efetuado conforme monitoramento das lavouras, registrando algumas ocorrências de lagartas, porém em situação de controle, focando principalmente na ocorrência de percevejos que devem ter suas populações mantidas em níveis baixos, uma vez que atacam diretamente as vagens. As pulverizações preventivas de fungicidas estão ocorrendo normalmente, e aquelas lavouras que estão iniciando a formação de vagens já recebem mais uma dose do produto, seguindo o manejo adequado para a sojicultora na região.
São Paulo: áreas que tiveram o plantio mais cedo já começaram a ser colhidas. As operações devem se intensificar a partir de fevereiro. No Sudoeste do estado, a cultura vem se desenvolvendo bem, mesmo com relatos pontuais de ataques de pragas como lagartas e ácaros, porém em níveis controláveis e sem afetar o potencial produtivo e a qualidade dos grãos. Em municípios com terrenos mais arenosos há expectativa de redução de produtividade em razão de estresse hídrico em parte do ciclo.
Minas Gerais: as chuvas abundantes registradas no início de 2022 não trouxe impacto significativo sobre a evolução da cultura, que vem apresentando bom desenvolvimento. A grande maioria das lavouras encontram-se nas fases entre floração e enchimento dos grãos.
Paraná: cultura predominantemente em frutificação e maturação, com a colheita já iniciada, chegando a 4% da área total semeada até o terceiro decêndio de janeiro de 2022, com destaque para as regiões de Campo Mourão, Cascavel, Toledo, Francisco Beltrão, Laranjeiras do Sul e Pato Branco, locais que tiveram o ciclo da cultura adiantado devido ao estresse hídrico e às altas temperaturas. Nesse cenário adverso, cerca de 67% das lavouras no estado estão classificadas como ruins ou regulares. As condições de seca, principalmente em novembro e dezembro de 2021, prejudicaram a floração e frutificação da soja, estádios fenológicos de alta demanda hídrica.
Rio Grande do Sul: semeadura alcança 97% da área estimada, mas sem previsão de conclusão em razão das restrições hídricas. Os dias quentes e secos agravam a situação das lavouras, considerando-se que aproximadamente 40% delas já se encontram em fases reprodutivas como floração e enchimento de grãos, sendo esses estágios bastante exigentes em umidade e pouco tolerantes ao estresse. Na região da Fronteira Oeste há registros de morte de plantas devido às altas temperaturas e ventos fortes. Em função da baixa umidade, as plantas estão com porte baixo e com desenvolvimento lento. O clima seco e quente favorece a presença de lagartas, ácaros e tripes que precisam ser controlados.
Fonte: Conab