Os negócios com trigo seguem pontuais no Brasil. No Rio Grande do Sul, as ofertas giram em torno de R$ 1.300 por tonelada, valor pelo qual o produtor reluta em vender. No Paraná, os preços estão próximos de R$ 1.450 por tonelada (indicação nominal para retirada imediata). Para julho/agosto, as indicações dos moinhos permanecem em torno de R$ 1.500 por tonelada no CIF.
“Com pouco trigo remanescente da safra passada, a maioria dos vendedores prefere segurar as ofertas, apostando em melhores preços, diante da menor área plantada e de possíveis mudanças no mercado”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Élcio Bento.
Do lado comprador, segue Bento, os moinhos observam os níveis de paridade de importação, que vêm recuando em função da queda dos preços internacionais e da recente valorização do real frente ao dólar.
A paridade do trigo argentino FOB Ponta Grossa (PR) fechou nesta quinta-feira (5) em R$ 1.463 por tonelada, enquanto no FOB de Carazinho (RS) ficou em R$ 1.414 por tonelada.
Na Argentina, a safra velha com base de compra – com embarque em julho – para trigo com 11,5% de proteína é de US$ 229/tonelada e de venda vale US$ 235/tonelada. Para a safra nova, cereal com 11,5% proteína, embarque em dezembro/25, é indicado a US$ 220/tonelada na compra e a US$ 230/tonelada na venda.
Nos Estados Unidos, a semana foi positiva para a Bolsa de Mercadorias de Chicago. O mercado buscou suporte na tensão na região do Mar Negro, com o recrudescimento do conflito entre Rússia e Ucrânia, e pelo clima adverso às lavouras de trigo da China.
A Rússia afirma que responderá aos recentes ataques da Ucrânia quando suas Forças Armadas considerarem adequado, aumentando assim a preocupação sobre o fluxo de grãos na região do Mar Negro. Ao mesmo tempo, as lavouras na China enfrentam clima quente e seco, o que tem causado sérios danos, com agricultores relatando perdas.
Fonte: Rodrigo Ramos/ Agência Safras News