No Estado, 69% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo), 27% na fase de floração e 4% delas na fase de enchimento do grão. Nesta safra, a área estimada pela Emater/RS-Ascar para o cultivo do trigo é de 739,4 mil hectares.

A área de cultivo de trigo no Rio Grande do Sul corresponde a 37% da área de plantio brasileira com o grão. Na regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí (30% da área do Estado), que engloba os Coredes Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, o tempo seco vem trazendo preocupação aos produtores, mas ainda não impacta o potencial produtivo da cultura.

Em um número reduzido de lavouras, há sintomas de danos ocasionados pelas geadas. Com isso, o potencial produtivo das lavouras é considerado bom até o momento. Apesar do
aumento da incidência de oídio e manchas foliares nas folhas baixeiras da cultura, a folha bandeira apresenta boa sanidade.

Para combater o oídio, os produtores aplicam fungicidas reduzindo o intervalo entre as aplicações. Ainda persistem focos de lagartas em pontos isolados. Em lavouras com espigas e grãos em desenvolvimento inicial, ocorre incidência de pulgões, causando preocupação aos produtores.

Em 72% da área de 221 mil hectares, a cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (final do estádio de perfilhamento e iniciando elongação), 21% em início da floração e 7% na fase de enchimento do grão.

Na regional de Santa Rosa (27% da área de trigo do Estado), que compreende os Coredes Fronteira Noroeste e Missões, 54% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo (iniciando a elongação), 42% em floração com emissão da espiga e 4% em enchimento de grãos.

Observou-se ocorrência de oídio em grande parte das lavouras. Mas a maior preocupação dos produtores é em relação àquelas nas quais a infestação ocorreu principalmente no colmo, parte inferior da planta, mais inacessível ao controle devido à dificuldade de direcionar a aplicação dos produtos químicos.

Grande parte das lavouras deve receber o segundo tratamento de fungicida. O orvalho da manhã e os ventos fortes durante o dia dificultam as pulverizações de fungicida para o controle fitossanitário no momento adequado, provocando mais atenção nas vistorias das lavouras e trabalho mais intenso dos agricultores nestes tratos culturais, que em muitas lavouras têm sido repetidos a intervalos entre 15 e 20 dias.

Também tem se constatado severo ataque de pulgão, exigindo a pulverização de inseticida junto com o fungicida. No geral as lavouras ainda apresentam bom visual e mantêm a perspectiva de produtividade esperada. A geada da semana passada causou prejuízos nas áreas que já estavam em fase reprodutiva, sem, contudo, interferir no potencial produtivo das lavouras.

Neste momento a preocupação é a falta de chuva, necessária para o enchimento de grãos. Na regional de Frederico Westphalen (14% da área no Estado), que corresponde aos Coredes Rio da Várzea e Médio Alto Uruguai, em 61% das lavouras o trigo está em desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento do colmo), 35% em início da floração e 4% delas encontram- se na fase de enchimento do grão.

A ocorrência de ferrugem e manchas foliares no início do ciclo foi controlada com aplicação preventiva de fungicidas. De modo geral, a cultura na região apresenta bom aspecto visual, indicando, até o momento, a manutenção do potencial produtivo acima de duas toneladas por hectare.

Na regional de Passo Fundo (6,5% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Produção e Nordeste, 92% da cultura encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo e 8% em floração. Os produtores monitoram pragas e doenças, realizando controle quando necessário.

Em algumas lavouras mais adiantadas, são aplicados tratamentos fitossanitários preventivos. Destaque para os municípios de Não-Me-Toque (com seis mil hectares) e Lagoa Vermelha (com quatro mil hectares), cujo rendimento em 2018 foi de 3,6 toneladas por hectare, acima da média do Estado, que é de 2,46 toneladas por hectare.

Na regional de Santa Maria (5,5% da área do Estado), que engloba os Coredes Central, Vale do Jaguari e Jacuí Centro, as temperaturas baixas e os dias ensolarados continuaram nesta semana, favorecendo o desenvolvimento da cultura. Muitos produtores ainda fazem os tratos culturais, tais como a adubação de cobertura e o controle preventivo de pragas e doenças.

Em 70% da área, o trigo encontra-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento de colmos), 13% no início da floração e 17% na fase de enchimento do grão.

Na região, as maiores áreas estão situadas em Tupanciretã, com 14,8 mil hectares; Santiago, com 5,5 mil hectares; Júlio de Castilhos e Capão do Cipó, com estimativa de cinco mil hectares de área cultivada com trigo em cada município.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé (5,1% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Campanha e Fronteira Oeste, 63% das lavouras encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento dos colmos), 33% na fase de floração e 4% na fase de enchimento do grão. Os municípios com maior estimativa de área cultivada são os seguintes: São Borja, com 13 mil hectares; Itaqui, com seis mil hectares; São Gabriel, com quatro mil hectares de área cultivada com a cultura do trigo.

Destaque para as lavouras localizadas em São Borja, das quais 80% estão na fase de floração e 20% na fase de enchimento do grão, com expectativa média de 2,7 toneladas por hectares.

Na regional de Caxias do Sul (4% da área do Estado), que corresponde aos Coredes Serra, Campos de Cima da Serra e Hortênsias, as lavouras cultivadas em municípios de menor altitude se encontram na fase de alongamento e emissão da espiga, exigindo a aplicação de fungicidas para manter baixa a incidência de doenças nas lavouras.

Já nos municípios dos Campos de Cima da Serra, onde se concentra mais de 90% do trigo da região de Caxias do Sul, a falta de umidade não está permitindo a prática da adubação nitrogenada. Na estação automática do INMET de Vacaria, foram registrados apenas 35 mm de chuva em agosto, e a situação é semelhante em todos os municípios da Serra e Campos de Cima da Serra.



Devido a essa situação de déficit hídrico, as plantas se desenvolvem de forma lenta, porém sem comprometer ainda o potencial de rendimento das áreas. O clima seco e frio favorece o perfilhamento e a manutenção das boas condições sanitárias das plantas. Em 92% das lavouras a fase é de desenvolvimento vegetativo e 8% delas estão na fase de floração.

Os Campos de Cima da Serra têm histórico de colheitas com qualidade e produtividade acima da média do Estado, que é de 2,46 toneladas por hectare. Na safra de 2018, por exemplo, a média foi de 4,2 toneladas por hectare em Muitos Capões; de 3,3 toneladas por hectare em Vacaria; 3,6 toneladas por hectare em Esmeralda e de 3,3 toneladas por hectare em Campestre da Serra.

Na regional administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim (com 3,3% da área do Estado), que corresponde ao Corede Alto Uruguai, 93% das lavouras de trigo estão na fase de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e alongamento dos colmos) e 7% em floração.

De modo geral, encontram-se com bom desenvolvimento, e alguns produtores realizam o controle de doenças de forma preventiva, apesar da baixa umidade no solo. Mas se persistir, o tempo seco poderá prejudicar o desenvolvimento da cultura. Na regional de Soledade (com 3% da área com trigo no Estado), que engloba os Coredes Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo, a temperatura e a radiação solar na semana foram favoráveis ao trigo; porém os níveis de umidade do solo estão baixos.

Assim, se não chover nos próximos dias, poderão ser afetados o crescimento e o desenvolvimento da cultura. No momento o aspecto geral das lavouras é bom, sobretudo daquelas manejadas com boa tecnologia. Em 87% das lavouras da região, a fase é de desenvolvimento vegetativo (perfilhamento e elongação do colmo), 10% delas estão em floração e 3% na fase de enchimento do grão.

Na região, há casos pontuais de ataque da Spodoptera (lagarta-do-cartucho) que necessitam de controle com inseticidas. Também ocorreu oídio em áreas com variedades suscetíveis de trigo; em outras, ocorrem manchas foliares e ferrugem em menor grau, sendo necessário o uso de fungicidas. A adubação de cobertura foi finalizada em lavouras do cedo; naquelas com semeadura tardia, o manejo está em finalização.

Fonte: T&F Agroeconômica

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