Grande parte das lavouras de soja do Brasil já estão em fase de desenvolvimento vegetativo, ou até mesmo em estádios mais avançados do desenvolvimento, dependendo da região de cultivo. Com o avanço do ciclo da soja, o manejo fitossanitário passa a ganhar maior importância, principalmente se tratando de doenças com elevada agressividade, e que podem ocorrer em distintos estádios do desenvolvimento da soja, como é o caso da ferrugem-asiática, causada pelo fungo (Phakopsora pachyrhizi).
A doença pode ocorrer em qualquer estádio do desenvolvimento da soja, e seus danos, podem chegar a 90% em casos mais extremos, dependendo da severidade da doença, período em que acomete a soja e suscetibilidade da cultivar. Atualmente, condições hídricas para o desenvolvimento das lavouras de soja são favoráveis para grande parte das regiões produtoras de soja do Brasil (figura 1), o que, embora favoreça o desenvolvimento da soja, quando associado a temperaturas amenas, também contribui para o desenvolvimento da ferrugem-asiática, tornando necessário intensificar o monitoramento e controle da doença.
Figura 1. Condições hídricas para as lavouras nas principais regiões produtoras (09/12/24 a 16/12/24).
Para que ocorra a infecção da planta pelo fungo causador da ferrugem, é necessário molhamento foliar (água livre na folha), sendo necessárias no mínimo 6 horas, com um máximo de infecção ocorrendo entre 10 e 12 horas de molhamento foliar. Temperaturas entre 18 ° C e 26,5 ° C são favoráveis para a infecção (Soares et al., 2023).
Atualmente, conforme atualizações do Consórcio Antiferrugem, já foram registrados 19 casos de ocorrência de ferrugem-asiática em lavouras comerciais. Destes, 14 casos foram relatados no Paraná, quatro em São Paulo e um em Minas Gerais.
Figura 2. Mapa de dispersão dos casos de ferrugem-asiática safra 2024/2025 (atualização 16 de Dezembro de 2024).
Dos 19 casos relatados até então, a maioria foi observado em soja em período de enchimento de grãos (R5), período sensível da cultura a estresses bióticos e abióticos.
Figura 3. Ocorrência dos casos de ferrugem-asiática por estádio fenológico da soja.
Além dos casos registrados de ocorrência em lavouras comerciais, há relatos da presença de esporos da ferrugem em áreas agrícolas (figura 2), o que demonstra a necessidade de intensificar o monitoramento e práticas de controle nas áreas próximas aos casos relatados. Lembrando que, todo o programa de controle da ferrugem deve ser iniciado de forma preventiva a ocorrência da doença (FRAC-BR).
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Referências:
CONAB. MONITORAMENTO DAS CONDIÇÕES DAS LAVOURAS. 2024. Disponível em: < https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/progresso-de-safra/item/download/55990_5bbcbdd22864fd51dcabc7e31e92145b >, acesso em: 16/12/2024.
CONSÓRCIO ANTIFERRUGEM. MAPA DE DISPERSÃO. Consórcio Antiferrugem: parceria público-privada no combate à ferrugem asiática da soja.
FRAC-BR. [IMPORTANTE] NOVAS RECOMENDAÇÕES PARA O MANEJO DA FERRUGEM ASIÁTICA DA SOJA. Comitê de Ação a Resistência a Fungicidas FRAC-Brasil. Disponível em: < https://www.frac-br.org/recomendacoes-ferrugem-asiatica-da- >, acesso em: 16/02/2024.
SOARES, R. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE SOJA. Embrapa Soja, ed. 6, 2023.