Os produtores argentinos decidiram aumentar a safra de trigo neste ano, semeando 10% a mais e tentando produzir 21 MT, contra 19,5 MT da safra passada. Mas, não contavam com a reviravolta política no país, que tem grande chance de fazer voltar a “mãe das retenciones”, Cristina Kirshnner ao poder, mesmo que como vice-presidente. Com ela, volta o fantasma do imposto sobre as exportações (que foi de 23% sobre o trigo) e tornou tudo complicado no país.

Como a safa já estava plantada antes do famigerado dia das prévias eleitorais, pouca coisa se pode fazer, ao contrário da soja e do milho, que o agricultor pode manejar melhor, diante da nova situação (escolhendo aumentar a soja, menos vulnerável do que o milho, aparentemente). Então, a situação da Argentina hoje é que ela tem 3 milhões de toneladas de estoque de passagem.

Com uma inflação galopante o produtor só vende o necessário, colhe no mínimo 21 milhões de toneladas, são um total de 24 milhões, não consome 7 milhões, sobram 17 milhões, o Brasil deverá importar no máximo 7 milhões (normalmente são 5,5 MT, 7,2 se for computado o equivalente em trigo sobre as importações de farinhas), sobram 10 milhões para vender para outros destinos, a demanda da Bolívia não vai mudar “os ponteiros” do lugar.

Argentina terá que acessar os mercados do Sudoeste da Ásia (Vietnã, Bangladesh, Indonésia, Malásia, Philipinas, etc) e do norte da África (Tunísia, Marrocos,) praia do trigo Russo que hoje é um dos mais baratos do mundo.

Mas, o que prometer na venda? Como acertar o preço?

A esta altura no ano passado os argentinos já tinham negociado 3,4 MT de safra nova. Neste ano já foram algo como 2,4 MT e tudo parou, diante das incertezas. O que esperar no momento dos embarques? Tudo é dúvida. Com isto, os negócios escasseiam e vai sobrando um grande estoque interno, pressionando os preços que podem atingir, por tabela, o Brasil (veja acima como o trigo argentino chegaria barato aos moinhos brasileiros de novembro em diante).

Bom para comprar?

Talvez, mas isto pressionará os preços no Brasil também, que, se tudo o que dissemos acima se confirmar, não deverão ser tão elevados quanto foram no ano passado.

Fonte: T&F Agroeconômica


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