Herbicidas, fungicidas e inseticidas são defensivos agrícolas frequentemente empregados em culturas de interesse econômico, e que possibilitam a manutenção da produtividade das culturas, reduzindo a interferência de agentes danosos como pragas, doenças e plantas daninhas. Ainda que existam outros métodos de controle de pragas, doenças e plantas daninhas, em larga escala, o controle químico com é o mais utilizado, viabilizando o manejo de culturas agrícolas.
Mundialmente, o Brasil é conhecido por sua produção agrícola e consequentemente uso de defensivos agrícolas, fato que divide opiniões e pontos de vista. Contudo, cabe destacar que o país também é um dos que provem de maior território agrícola. Além disso, o Brasil apresenta um rigoroso sistema de registro de defensivos agrícolas, o que contribui para o aumento da segurando do uso desses produtos na agricultura, levando em consideração sua eficácia agronômica, classificação toxicológica e periculosidade ambiental.
Qual defensivo agrícola é mais utilizado no Brasil, herbicida, fungicida ou inseticida?
Dados de levantamento realizado pela FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) destacam que dentre esses três grupos de defensivos agrícolas, os herbicidas correspondem a maior parcela de defensivos agrícolas utilizados no país, seguidos pelos inseticidas e fungicidas.
Figura 1. Consumo (em volume) de Inseticidas, herbicidas e fungicidas pela agricultura brasileira em 2019.

O banco de dados da FAO dos últimos 10 anos demonstra uma evolução positiva do consumo de defensivos agrícolas no Brasil, fato que pode ser atribuído principalmente ao aumento da área explorada pela agricultura, em especial pelo engajamento de culturas agrícolas de grande interesse comercial como a soja.
Figura 2. Evolução do consumo de defensivos agrícolas no Brasil (1999 a 2019).

Os dados indicam que independente do período analisado, o consumo de herbicidas (em volume) na agricultura brasileira se sobressai ao de inseticidas e fungicidas, destacando a problemática trazida pelas plantas daninhas e também por, em média, as doses utilizadas por hectare dos herbicidas são maiores que inseticidas e fungicidas. Tendo em vista os aspectos observados, é possível destacar que visando o aumento da sustentabilidade das lavouras brasileiras e a redução do consumo de defensivos, deve-se focar principalmente em práticas que possibilitem o melhor manejo e controle de plantas daninhas, como uma maior utilização de palhada, rotação de culturas, manejo outonal, uso de pré emergentes e outras técnicas.
Veja mais: Como o banco de sementes do solo influência o manejo e controle de plantas daninhas?
Referências:
FAO STAT. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, 2021. Disponível em: < https://www.fao.org/faostat/en/#home >, acesso em: 23/12/2021.