Para o produtor Ademar Marçal, proprietário da Fazenda São Franscisco, em Rincão das Neves, no oeste da Bahia, o cotonicultor deve ter um “super orçamento” para seguir competitivo. “Tem que ter tudo discriminado, o que pode e o que não deve fazer”, explicou em entrevista exclusiva à Agência Safras News, durante o 14o Congresso Brasileiro do Algodão (CBA), que acontece em Fortaleza. “Nosso foco são pessoas, tecnologia e gestão”, enumera.
Outro ponto essencial, conforme o entrevistado, é produzir bem. “Enquanto a média é de 240 a 250 arrobas de algodão por hectare, nunca fechamos com menos de 300 arrobas por hectare”, afirma. “O que paga a conta é a produção”, frisa.
Marçal também diz que é importante saber quanto é preciso vender em dólares e em reais. “Nós travamos 65% da comercialização em dólar e negociamos 35% em reais”, relata. “Aproveitamos os repiques da moeda norte-americana quando chegou a R$ 5,89, R$ 5,90 e R$ 5,91”, ressalta.
Sobre o mercado, a situação deve continuar desafiadora, pois a área vai aumentar muito nos próximos 10 anos no Brasil, segundo Marçal. “E a demanda mundial segue praticamente estabilizada entre 24 e 25 milhões de toneladas”, acrescenta.
Na safra 2023/24, a produção brasileira está estimada em cerca de 3,6 milhões de toneladas, com um consumo doméstico próximo a 600 mil toneladas. “Logo, vamos precisar exportar 3 milhões de toneladas”, pondera o produtor. “Temos que equalizar a oferta e a demanda”, justifica. “E para a safra 2024/25, o Brasil não vai diminuir a área. Vai aumentar”, completa.
Sobre insumos, o entrevistado não vê atrasos na aquisição de defensivos e fertilizantes para o algodão, salvo “raras exceções”. O uso de tecnologia no oeste da Bahia é “fora da curva”. Na safra 2023/24, o produtor cultivou 16 mil hectares. “Agora, vamos plantar 18 mil hectares com algodão”, estima.
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Autor/Fonte: Rodrigo Ramos / Agência Safras News
