A maior parte das lavouras de trigo encontra-se em fase reprodutiva (38% em floração e 19% em enchimento de grãos), e 43% das lavouras ainda estão em desenvolvimento vegetativo. A ocorrência de chuvas de intensidade variável, mas abrangentes, em 04/09, beneficiou as lavouras nas diferentes etapas do ciclo. A precipitação restaurou os níveis de umidade do solo, favorecendo igualmente o crescimento e a formação de espigas e grãos.

Antes das chuvas, foram identificados sintomas iniciais de deficiência hídrica em algumas regiões, mas sem comprometer significativamente o desenvolvimento das lavouras. Nos dias subsequentes, a radiação solar e as temperaturas mais baixas foram mais favoráveis para os cultivos de trigo. Contudo, a persistente nebulosidade, causada pela dispersão de fumaça das queimadas no Norte e Centro-Oeste do Brasil, reduziu a incidência de luz solar nas lavouras do Estado, atenuando o efeito positivo da insolação no desenvolvimento das plantas.

A avaliação das áreas afetadas pelas geadas, ocorridas na segunda metade de agosto, revelou impactos leves nas plantas em estágio reprodutivo e efeitos mínimos sobre o potencial produtivo. A expectativa de rendimento estadual permanece inalterada.

Os tratamentos fitossanitários prosseguiram, e o foco está no controle de doenças associadas às variações ambientais e ao ciclo das lavouras, como manchas e ferrugens, em condições de maior umidade, e oídio em condições mais secas. Nas lavouras em fase reprodutiva, a doença giberela demanda ações preventivas adequadas.

A área cultivada, conforme dados da Emater/RS-Ascar, é de 1.312.488 hectares, e a produtividade prevista está em 3.100 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, são cultivados 141.550 hectares, e os produtores concentram-se no manejo fitossanitário antifúngico para a prevenção e controle de oídio e giberela. As condições climáticas recentes favoreceram o desenvolvimento das lavouras, ampliando a área foliar das plantas. Em Maçambará, estima-se que 40% das lavouras apresentam desempenho alto, 30% intermediário, e 30% baixo em decorrência do estande de plantas insuficiente e de atrasos ou deficiências no manejo da adubação nitrogenada, provocados pela estiagem em julho.

Na Campanha, as lavouras apresentam potencial produtivo intermediário – próximos a 2.600 kg/ha – em razão do excesso de umidade no solo e da limitada disponibilidade de radiação solar nas últimas semanas. Parte dos produtores conseguiu realizar a adubação nitrogenada nas lavouras implantadas mais tardiamente; no entanto, algumas áreas ainda enfrentam dificuldades de acesso devido às condições de solo encharcado. O monitoramento de pragas e doenças está sendo realizado de forma contínua, e o estado fitossanitário das lavouras é considerado satisfatório. Dos 11.650 hectares cultivados na região, apenas 6% estão em fase de floração, localizados principalmente em Caçapava do Sul e Lavras do Sul. As áreas restantes encontram-se entre os estádios de perfilhamento e alongamento.

Na de Caxias do Sul, as lavouras apresentam evolução satisfatória, embora a alta incidência de oídio exija atenção no manejo fitossanitário e na adoção de medidas de controle. A fase predominante é o perfilhamento, e há áreas semeadas no início do ciclo entrando na fase de elongação do colmo. O potencial produtivo permanece elevado, e a expectativa é de rendimento superior às projeções iniciais.

Na de Erechim, as condições climáticas e a precipitação média de 20 mm no período foram favoráveis aos cultivos, que estão igualmente divididos entre as fases de desenvolvimento vegetativo (50%) e reprodutivo (50%). Em relação à produção, as geadas causaram impactos leves, e a expectativa de rendimento permanece em 3.600 kg/ha. O estado fitossanitário é satisfatório, e os cultivos apresentam bom aspecto visual, apesar da presença de oídio em algumas áreas.

Na de Frederico Westphalen, aproximadamente 40% das lavouras estão em fase de desenvolvimento vegetativo, 40% em floração, e 20% em enchimento de grãos. Nas áreas atingidas pelas geadas, os impactos foram leves, afetando pouco o potencial produtivo. A expectativa de produtividade permanece em 3.450 kg/ha. O manejo continua focado nas aplicações de fungicidas para o controle de doenças, principalmente de oídio.

Na de Ijuí, a cultura mantém bom desenvolvimento, e cerca de 50% estão no estádio de emissão de espigas, fase que precede a floração. As chuvas foram consideradas muito favoráveis, pois algumas lavouras já demonstravam sinais de estresse hídrico. Em Santo Augusto, o volume precipitado foi insuficiente para restaurar completamente a umidade do solo, mas amenizou os sintomas de murcha nas plantas. Em decorrência da baixa umidade, a incidência de doenças permanece reduzida, minimizando os riscos de infecções nas espigas; os produtores continuam o cronograma de controle preventivo. Em Ibirubá, foi detectado um pequeno surto de pulgão, em especial nas espigas em formação, exigindo controle nas áreas mais afetadas.

Na de Passo Fundo, 25% das lavouras estão no estágio de perfilhamento, 65% em emborrachamento e 10% em floração, mantendo o potencial produtivo inicial estimado em 3.600 kg/ha. Não há registro de pragas nem de doenças significativas. No entanto, estão sendo realizados tratamentos preventivos contra doenças fúngicas, como oídio e ferrugem.

Na de Pelotas, as precipitações ocorridas nos dias 02 e 04/09, de volumes significativos, aliadas a temperaturas noturnas mais baixas, favoreceram o desenvolvimento das lavouras. Atualmente, 90% estão na fase de desenvolvimento vegetativo, e 10% estão no início da fase de florescimento. As condições fitossanitárias são consideradas adequadas.

Na de Santa Maria, mais de 50% das áreas encontram-se em fase reprodutiva, e a maior parte das lavouras está no estágio de floração. As condições de umidade do solo são adequadas e, apesar das temperaturas baixas, não houve ocorrência de geadas. A produtividade estimada para a safra está próxima de 3 mil kg/ha.

Na de Santa Rosa, 23% das lavouras estão em enchimento dos grãos; 54% em floração; e 23% em elongamento do colmo. Não foram observados danos significativos nas espigas, apesar das geadas, ocorridas em agosto. A produtividade esperada chega a 3.300 kg/ha. O estado fitossanitário das lavouras está muito bom, beneficiado pelo clima seco e pelas temperaturas baixas em agosto e início de setembro. O manejo se concentra no controle de oídio, especialmente nas lavouras implantadas mais tardiamente, e no preventivo contra a giberela. Contudo, foi detectado incidência de pulgão nas espigas, e o monitoramento contínuo tem sido realizado.

Na de Soledade, as lavouras apresentam adequado estado nutricional e fitossanitário. Parte da área cultivada (15%) iniciou o espigamento/florescimento; 70% estão em elongação do colmo/emborrachamento; e 15%, em final de perfilhamento.

Comercialização (saca de 60 quilos)

O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,10%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 68,87 para R$ 68,94. O produto disponível foi cotado na Bolsa de Cereais de Cruz Alta em R$ 90,00/sc.

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Fonte: Emater/RS



 

FONTE

Autor:Informativo Conjuntural 1832

Site: Emater/RS

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