Foi aberta oficialmente na sexta-feira (16/10), em Cruz Alta, a colheita do trigo no Rio  Grande do Sul. Estamos com mais de 30% da área colhida, e o tempo seco e as altas temperaturas favoreceram a maturação e colaboraram com o avanço da colheita. A produtividade das lavouras apresenta grande variabilidade devido aos danos causados pelas geadas correlacionados com o período de semeadura, a localização das lavouras e ciclo das cultivares. O peso hectolitro tem ficado em torno 78 na maioria das lavouras colhidas. Nas áreas plantadas mais tarde, a tendência é de redução da produtividade devido à falta de chuvas, que resulta em grãos miúdos e chochos.

O trigo tem se apresentado no atual momento como uma boa alternativa entre as culturas de inverno, especialmente quando implantado com vistas a melhorar a fertilidade do solo.
A cultura do trigo, integrada em sistemas de rotação de culturas, contribui efetivamente para a manutenção e melhoria da fertilidade química e física do solo, para o controle de doenças, pragas e plantas daninhas e para uma maior eficiência de maquinário, mão de obra e insumos na propriedade rural, condições fundamentais para a sustentabilidade da agricultura brasileira.

Levantamento realizado pela Emater/RS-Ascar em setembro de 2020, publicado em Safra
de Verão 2020-2021 – Estimativas Iniciais aponta crescimento de 20,34% na área cultivada com trigo nesta safra (915,7 mil ha), em relação à do ano passado, quando foram cultivados 760,9 mil hectares. Em relação à produção, a primeira estimativa é de que as lavouras gaúchas deverão produzir 2.189.837 toneladas, o que representa 4,23% a menos do que as 2.286.672 toneladas colhidas no ano passado (IBGE). O preço médio da saca de 60 quilos, praticado na semana de 19 a 23 de outubro no Rio Grande do Sul, é R$ 70,86.

Em termos mundiais, a tendência também é de crescimento de 0,8% da área de trigo para
a safra 2019-2020 em relação à safra anterior, totalizando 217,2 milhões de hectares. Em relação à produção, a expansão foi na ordem de 4,5%, totalizando 764,5 milhões de toneladas, acompanhando a tendência de alta no consumo mundial de trigo (752 milhões de toneladas), conforme relatório divulgado em fevereiro deste ano pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A produção mundial de trigo na safra 2020-2021 é estimada pelo USDA em 773,1 milhões de toneladas, com aumento em relação à safra anterior, quando foram produzidas 764,5 milhões de toneladas.

O Brasil permanece na 16ª posição no ranking dos maiores produtores mundiais, com produção estimada pelo USDA de 5,2 milhões de toneladas de trigo. Os cinco maiores produtores mundiais são a União Europeia (154 milhões/t), China (133,5 milhões/t), Índia (103,6 milhões/t), Rússia (73,6 milhões/t) e Estados Unidos (52,2 milhões/t). O Brasil é importante produtor mundial, com produção estimada pela Conab de 6,8 milhões de toneladas de trigo em 2020.

Autor: Rogério Mazzardo; Gerente de Planejamento e Diretor Técnico em Exercício da Emater/RS

Disponível em: Informativo Conjuntural da Emater, nº 1629 – 22 out. 2020.

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