Causado por Blumeria graminis f. sp. tritici, o Oídio é uma umas principais doenças da cultura do trigo, podendo os primeiros sintomas serem observados ainda nas fases iniciais da cultura, antecedendo o perfilhamento. Conforme destacado por Costamilan (2019), o oídio pode causar redução média da produtividade do trigo entre 5 e 8%, entretanto, cultivares mais suscetíveis podem apresentar perda produtiva de até 62% dependendo da severidade da doença.
Segundo Santana et al. (2012), o desenvolvimento da doença é favorecido por condições de temperaturas amenas (entre 15 e 20°C) e ausência de água livre. Logo, a baixa distribuição de chuvas favorece o desenvolvimento do oídio em trigo, sendo necessários maiores cuidados com a doenças nessas condições.
O Pesquisador da CCGL, Carlos Augusto Pizolotto, destaca que diferentemente do que ocorre para a maioria das doenças fungicas do trigo, a rotação de culturas é ineficiente para o controle do oídio, uma vez que o inoculo primário da doença pode se manter viável em plantas de trigo hospedeiras.
Visualmente, como resultado do crescimento micelial do fungo, o principal sintoma observado da ocorrência do oídio em trigo é a formação de uma massa pulverulenta na superfície da folha da cultura, de coloração branca.
Figura 1. Sintomas típicos de oídio em trigo.
Tendo em vista o elevado impacto que a doenças pode causar na cultura do trigo, o manejo e controle do oídio é justificável. Pizolotto orienta que uma das principais medidas de manejo e do oídio é o uso de cultivares de trigo com resistência/tolerância genética a doença. Além dessa medida, o tratamento de sementes com fungicidas é uma medida eficiente que pode auxiliar na redução dos danos ocasionados pelo oídio. Conforme observado por Reis et al. (2008), o tratamento de semente, promove atraso no início da epidemia em dias, resultando em menor taxa de progresso do oídio em trigo, quando comparado a sementes não tratadas, demonstrando assim, significativa contribuição para o manejo da doença.
Além do uso de cultivares com resistência genética e do tratamento de sementes com fungicidas, é possível realizar a aplicação de fungicidas em parte aérea do trigo. Conforme destacado por Pizolotto, visando um manejo e controle eficiente do oídio utilizando aplicações de fungicidas em parte aérea, o monitoramento da lavoura é imprescindível, sendo necessário acompanhamento semanal da lavoura, para melhor assertividade do momento de controle.
Com relação ao nível de controle, Pizolotto destaca que normalmente recomenda-se a aplicação de fungicidas quando atingidos cerca de 20% de infestação por oídio. Atualmente existem 73 produtos registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para controle do oídio em trigo, contemplando os grupos químicos: benzotiadiazol; triazol; estrobilurinas; carboxamida; triazolinthione; ditiocarbamato; benzimidazol; neonicotinóide; acilalaninato; morfolina; inorgânicos e associações entre alguns deles.
A consulta dos produtos disponíveis para controle do oídio em trigo pode ser efetuada por meio da plataforma AGROFIT, clicando aqui! Para consulta é necessário selecionar a aba “Pragas” (Insetos e Doenças), selecionar o nome científico da doença (Blumeria graminis f. sp. tritici) e posteriormente a cultura.
Confira abaixo as dicas e contribuições do Pesquisador da CCGL, Carlos Augusto Pizolotto.
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Referências:
AGROFIT. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Disponível em: < http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons >, acesso em: 23/08/2021.
COSTAMILAN, L. M. MOMENTO DE OBSERVAR O OÍDIO EM TRIGO. Embrapa: Notícias, 2019. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/46358370/artigo—momento-de-observar-o-oidio-em-trigo >, acesso em: 23/08/2021.
REIS, E. M. et al. EFICIÊNCIA E PERSISTÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DO OÍDIO DO TRIGO VIA TRATAMENTO DE SEMENTES. Summa Phytopathol., Botucatu, v. 34, n. 4, p. 371-374, 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/sp/a/4wxYqWSn9dKhPzCkdFDXCQr/?lang=pt&format=pdf >, acesso em: 23/08/2021.
SANTANA, F. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 108. 2012. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/990828/manual-de-identificacao-de-doencas-de-trigo >, acesso em: 23/08/2021.
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