Os analistas da TF Agroeconômica acreditam que sim. Os preços estão muito firmes, em todos os estados (exceto Bahia): já subiram mais R$ 0,50/saca para R$ 65,50 no RS, subiram entre 3,52% e 6,25% no Paraná, atingindo R$ 59,00 em Palotina e em Ponta Grossa, subiram entre 1,59% em Itaberá a 7,41% em Cândido Mota e entre R$ 58,00 e R$
61,00 em Itapetininga, estado de São Paulo.
No Mato Grosso do Sul subiram entre 5,21% em Amambaí, para R$ 50,50/saca e 6,79% para R$ 62,45 em Chapadão do Sul. Em Minas Gerais subiram 6,20% para R$ 59,80 no Triangulo Mineiro e em Goiás subiram 0,93% para R$ 54,00 em Rio Verde. A grande escassez desta matéria-prima, principalmente nos grandes estados produtores de carne (RS e SC) e também em SP tem provocado a alta dos preços neste mês e acreditamos que continuem subindo para os próximos meses.
Voltamos a repetir que não nos espantaríamos se as cotações atingisem R$ 70,00/saca no final de novembro no RS/SC e SP. Para a proxima temporada, a Argentina, grande concorrente do Brasil no mercado internacional, a produção deverá cair 3 milhões de toneladas de 50 para 47MT e as exportações deverão ser reduzidas em 4 MT, de 37 para 33 MT, segundo avalição de ontem da BCBA. A nível mundial, o IGC-International Grain Council estimou uma redução de 3,0 milhões de toneladas, de 288 para 285 MT, no seu relatório de setembro, oque será positivo para os preços.
Por outro lado, a demanda de carnes pela China se mantém firme e até um pouco mais elevada diante da ocorrência de febre suína na Alemanha, um dos seus fornecedores.Isto aumentou a demanda sobre a carne suína brasileira, com reflexos sobre a elevação dos preços do milho. Tudo isto tende a deixar os preços internacionais mais firmes, tanto do grão in natura, quanto das carnes, com repercussão sobre o milho no mercado interno brasileiro.
Como conclusão, acreditamos que a lucratividade dos agricultores para a próxima safra de Verão e a próxima safra de Inverno, no Brasil continuará muito firme. Os custos de produção, projetados pelos nossos analistas para algo ao redor de R$ 49,00/saca para o primeiro semestre de 2020, se comparados com o preço de R$ 57,00 CIF fábrica, oferecidos hoje para abril de 2020, menos um frete médio de R$2,00/saca proporciona um lucro de limpo de 12,24%, para quem produz apenas 80 sacas pro hectare. Tudo que exceder esta produtividade aumenta o lucro. Mas, há possibilidade de o preço subir ainda levemente.
Fonte: T&F Agroeconômica