Autores: Prof. Dr. Argemiro Luís Brum e Jaciele Moreira.

A cotação do trigo em Chicago, para o primeiro mês cotado, após bastante oscilação, acabou fechando a quinta-feira (23) em US$ 5,29/bushel, contra US$ 5,35 uma semana antes.

A colheita do trigo de inverno nos EUA chegava a 74% da área total no dia 19/07, contra 75% na média histórica. Na mesma data, 91% do trigo de primavera estava germinado, contra 94% na média histórica. As condições das lavouras, neste mesma data, para o trigo de primavera, eram de 68% entre boas a excelentes; 24% regulares e 8% entre ruins a muito ruins.

Em termos de exportações, nos EUA o volume na semana anterior ficou em 500.607 toneladas, dentro do intervalo esperado pelo mercado. Com isso, em todo o ano comercial, iniciado em 1º de junho, o volume já exportado chega a 3,58 milhões de toneladas, ficando acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Por sua vez, no momento em que se espera preços do trigo mais baixos no mercado brasileiro a partir de setembro, quando entra a nova colheita, vale destacar que isso dependerá de dois fatores: do câmbio no Brasil que, em se mantendo acima de R$ 5,00 por dólar, mantém caras as importações do cereal, valorizando o produto nacional; e do comportamento do mercado argentino, que enfrenta problemas climáticos em algumas regiões.

Além disso, o governo argentino travou parcialmente as exportações do cereal, dificultando as compras brasileiras naquele mercado. Ao mesmo tempo, com o atual câmbio, a exportação de trigo, especialmente o de qualidade inferior, ganha força. Esse conjunto de fatores pode manter os preços do trigo brasileiro nos atuais níveis, mesmo durante o quarto trimestre, momento da entrada da nova safra.



Neste contexto, os preços nacionais do trigo voltaram a subir nesta semana. A média gaúcha no balcão chegou a R$ 55,22/saco, enquanto no Paraná o produto ficou entre R$ 58,00 e R$ 60,00/saco. Em Santa Catarina, a região de Rio do Sul se manteve em R$ 56,00/saco. O movimento de alta se deu especialmente no mercado de lotes.

Segundo a CONAB, para este ano 2020/21 espera-se uma colheita de 6,3 milhões de toneladas no Brasil. As importações deverão atingir a 7,3 milhões de toneladas. As exportações podem chegar a 300.000 toneladas. O consumo nacional chegará a 12,5 milhões, incluindo sementes, enquanto os estoques finais ficariam em 868.600 toneladas, contra 100.600 no final do atual ano comercial que é dia 31/07 (lembrando que o novo ano comercial brasileiro para o trigo vai de 01/08/20 a 31/07/21).

Em termos de moagem de trigo, das 12,2 milhões de toneladas projetadas para o novo ano, 30% se dará no Paraná; outros 28% no Norte e Nordeste; 15,4% no Rio Grande do Sul; 13% em São Paulo; 9,8% no conjunto do Centro-Oeste, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro; e 3,8% em Santa Catarina. (cf. Conab)

Nos primeiros seis meses do corrente ano o Brasil exportou 18.013 toneladas de farinha de trigo, sendo o maior comprador a Venezuela com 98,8% do total vendido pelo nosso país. Vale ainda destacar que nos quatro primeiros meses de 2020 o Brasil exportou 205.756 toneladas de trigo, sendo o maior comprador nacional o Vietnã, com 84,5% do total, e as Filipinas com outros 15,4% do total. Enfim, nos primeiros seis meses de 2020, o Brasil importou 3,44 milhões de toneladas de trigo, sendo 91% procedentes da Argentina. (cf. Conab)


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Fonte: Informativo CEEMA UNJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum (1) e de Jaciele Moreira (2).

1 – Professor do DACEC/UNIJUI, doutor em economia internacional pela EHESS de Paris França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA.
2-  Analista do Laboratório de Economia da UNIJUI, bacharel em economia pela UNIJUÍ, Tecnóloga em Processos Gerenciais – UNIJUÍ e aluna do MBA – Finanças e Mercados de Capitais – UNIJUÍ e ADM – Administração UNIJUÍ

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