O mercado brasileiro de trigo encerrou a semana com pouca movimentação e queda nos preços, fortemente pressionado pela paridade de importação. De acordo com o analista de Safras & Mercado, a redução do custo do cereal importado e a retração das cotações da soja incentivaram a venda do cereal de inverno por parte dos produtores no início da semana.

“Aproveitando o movimento, compradores reduziram os valores oferecidos, mas, nos últimos dias, muitos vendedores deixaram de aceitar os preços propostos, o que ampliou o spread entre compra e venda e, por consequência, reduziu o volume de negócios”, explicou.

Segundo Bento, com a escassez de oferta interna, o mercado segue balizado pela competitividade do trigo importado. A proximidade da colheita no Hemisfério Norte e a grande disponibilidade do trigo argentino no mercado internacional restringem a possibilidade de recuperação dos preços globais. Assim, caso o câmbio permaneça estável, a valorização do produto no mercado interno tende a ser limitada.

No Brasil, os negócios seguem pontuais. No Rio Grande do Sul, as negociações têm início por volta de R$ 1.300 por tonelada por parte dos compradores, enquanto os produtores resistem abaixo de R$ 1.400. Pequenos lotes foram negociados a cerca de R$ 1.350, após concessões de ambos os lados.Já no Paraná, os moinhos demonstram interesse de compra em R$ 1.500 por tonelada, mas os produtores mantêm a pedida em torno de R$ 1.600.

“Os moinhos se encontram abastecidos até o fim de junho e enfrentam um mercado de farinha enfraquecido, o que reforça a atratividade do trigo importado”, afirmou o analista.

Ainda conforme Bento, nas principais regiões produtoras do Brasil, os preços apresentaram recuo acumulado de cerca de 8% em relação ao mês anterior. “A recente alta nas bolsas norte-americanas levou produtores a adotar postura mais cautelosa, com expectativa de possível valorização futura caso os preços internacionais se consolidem em alta. Por ora, no entanto, o trigo argentino mantém seus valores estáveis, refletindo o ceticismo quanto à sustentabilidade da alta nas bolsas dos EUA, que estão próximas da colheita”, analisou.

Argentina

A Bolsa de Buenos Aires informou que o plantio de trigo da safra 2025/26 da Argentina começou com 3,4% das 6,7 milhões de hectares projetadas já semeadas. Esse avanço representa um atraso de 10 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado e de 4 pontos percentuais na  comparação com a média das últimas cinco safras.

A Bolsa de Cereais e Produtos de Bahía Blanca (BCP) projeta que a próxima safra de trigo 2025/26 na cidade argentina terá um aumento de 5% na área estimada, alcançando 1,66 milhão de hectares. Além disso, espera-se um crescimento de 12% na produção, totalizando 4,6 milhões de toneladas, com rendimento médio previsto de 3.000 quilos por hectare.

Fonte: Ritiele Rodrigues – Safras News



 

FONTE

Autor:Ritiele Rodrigues/Safras News

Site: Safras & Mercado

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