Os percevejos fazem parte do grupo das principais pragas que acometem a cultura da soja, podendo causar danos tanto de ordem quantitativa quando qualitativa, reduzindo a produtividade da soja e a qualidade fisiológica das sementes respectivamente. Dentre as principais espécies com maior ocorrência em soja podemos destacar o percevejo verde (Nezara viridula), o percevejo verde pequeno (Piezodorus guildinii), o percevejo marrom (Euschistus heros) e o percevejo barriga verde (Dichelops sp.).
Figura 1. Principais espécies de percevejo que acometem a cultura da soja.
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Tendo em vista que essas pragas podem causar significativa perda de produtividade da soja, o controle dos percevejos é essencial para a manutenção da produtividade da soja, reduzindo a perda ocasionada pelo ataque dos percevejos à cultura. Embora em algumas situações seja possível observar a presença de populações de percevejos ainda no período vegetativo do desenvolvimento da soja, quando incidem sobre a cultura nesse período os percevejos não causam danos diretos a soja que justifiquem o controle da praga, contudo, podem atuar como vetores para a transmissão de viroses para as plantas.
O manejo dos percevejos na cultura da soja deve contemplar o período da semeadura a R7, contudo a maior atenção para o controle da praga deve ocorrer a partir de R2 a R3 (Embrapa, 2021). A evolução do percevejo na soja começa em R1 com início da colonização e o início da reprodução acontece entre R2 e R3, podendo ocorrer o pico populacional em R7 caso não haja controle eficiente da praga (Embrapa, 2021), conforme observado por Saran (2008).
Figura 2. Período de ocorrência de percevejos na cultura da soja.
Segundo Zanon et al. (2018), o subperíodo do desenvolvimento da soja do enchimento de grãos (R5) é um período de rápido acúmulo de nutrientes e matéria seca nos grãos. Pode-se dizer que esse é um dos períodos mais sensíveis da cultura ao ataque dos percevejos. Visando reduzir os danos ocasionados pelos percevejos em soja, durante o período reprodutivo da cultura, especialmente no enchimento de grãos, a lavoura deve estar livre da incidência da praga, sendo recomendado para isso, atenção ao controle de percevejos em soja a partir de R2 a R3.
Com o intuído de auxiliar técnicos e produtores na tomada de decisão frente ao controle químico de percevejos em soja, se tem níveis de ação pré-estabelecidos pela pesquisa. Cabe destacar que se tratando do controle eficiente da praga, o monitoramento da lavoura é indispensável para a melhor assertividade do momento de aplicação de inseticidas.
Tabela 1. Níveis de ação para as principais pragas da cultura da soja.
Cabe destacar que embora a maior atenção ao controle dos percevejos deva ser voltada a partir dos estádios de R2 a R3 do desenvolvimento da soja, o manejo da praga tem início ainda nos períodos entressafra, com o controle de plantas daninhas hospedeiras dos percevejos e a rotação de culturas entre outras práticas agrícolas.
Referências:
EMBRAPA. COMO MANEJAR PERCEVEJOS NA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Notícias, 2021. Disponível em: < https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/63509003/como-manejar-percevejos-na-cultura-da-soja >,a cesso em: 05/11/2021.
GRIGOLLI, J. F. J.; GRIGOLLI, M. M. K. PRAGAS DA SOJA E SEU CONTROLE. Fundação MS, Tecnologia e Produção: Soja 2018/2019, 2019. Disponível em: < https://www.fundacaoms.org.br/base/www/fundacaoms.org.br/media/attachments/342/342/5e398269671f468acd675754c30cc84b8d3109c20345f_05.-pragas-da-soja-e-seu-controle.pdf >, acesso em: 05/11/2021.
SARAN, P. E. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE PERCEVEJOS DA SOJA. FMC, 2008. Disponível em: < http://www.ccpran.com.br/upload/downloads/dow_4.pdf >, acesso em: 05/11/2021.
ZANON, A. J. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, 2018.