Durante o ciclo de desenvolvimento da soja, a cultura pode sofrer a influência de diversos fatores, os quais podem causar impactos diretos ou indiretos sobre a produtividade, a exemplo da matocompetição imposta por plantas daninhas.  A competição direta por recursos essenciais, como água, luz e nutrientes, resulta em significativas perdas de rendimento, impactando diretamente na qualidade dos grãos ou sementes produzidos. Além disso, a interferência indireta afeta o processo de colheita e beneficiamento de grãos, enquanto algumas espécies desempenham o papel de hospedeiras de pragas e doenças.

O manejo de plantas daninhas ao longo do ciclo produtivo e durante a entressafra, é essencial para reduzir a população de invasoras na área de cultivo. Proporcionar condições favoráveis para o estabelecimento da soja em um ambiente livre de plantas indesejadas é essencial para evitar a matocompetição nos estágios iniciais do desenvolvimento da cultura. Nesse sentido, é fundamental considerar os períodos de interferência, assim como as perdas de produtividade ocasionadas pela convivência de plantas daninhas com a cultura da soja.

Figura 1. Produtividade de grãos de soja, ‘TMG 7063 IPRO’, em função dos períodos de interferência das plantas daninhas, com a estimativa do período anterior à interferência (PAI). Jaboticabal-SP, 2019/2020.

Fonte: Piazentine (2021).

Uma prática indispensável para estabelecer a cultura em condições ideias é a dessecação pré-semeadura, propiciando um ambiente livre da presença de plantas daninhas nos estádios iniciais. O manejo pré-semeadura, através da dessecação sequencial, envolve a aplicação antecipada (em relação à semeadura), de herbicidas sistêmicos não seletivos, complementada com a aplicação de outro herbicida de contato, associado ou não com herbicidas residuais, dois a três dias antes da semeadura da cultura. Geralmente, a primeira aplicação é realizada entre 10 e 30 dias antes da semeadura, variando de acordo com as condições climáticas e infestação da área (Rizzardi, 2019).

De acordo com o pesquisador Guilherme Ohl, o aumento no uso de herbicidas pré-emergentes na cultura da soja é atribuído à resistência das plantas daninhas ao glifosato e à presença de espécies de difícil controle. Alguns herbicidas aplicados durante a dessecação apresentam um bom efeito residual, como os herbicidas inibidores da PROTOX e inibidores da ALS.

Além dos herbicidas pré-emergentes, que podem ser incorporados nos sistemas “plante-aplique” ou “aplique-plante”, Ohl destaca que, de maneira geral, o uso no sistema “plante-aplique” proporciona resultados mais eficazes no controle de plantas daninhas. Contudo, é importante compreender as características do solo e as propriedades específicas de cada herbicida, levando em consideração o potencial de fitotoxicidade.

Conforme Rizzardi (2019), a dessecação no sistema aplique-plante, é realizada com a aplicação de um ou mais herbicidas imediatamente antes da semeadura. A escolha dos produtos a serem utilizados, deve ser baseada na composição e população de plantas daninhas presentes na área, sendo normalmente realizada entre 7 e 10 dias antes da semeadura. Herbicidas pré-emergentes mais antigos têm se revelado como importantes aliados no manejo para assegurar o estabelecimento da soja “no limpo”, proporcionando um controle eficaz (Ohl, 2024).



Após a emergência da cultura, a opção recai sobre a utilização de herbicidas pós-emergentes, especialmente com os avanços nas biotecnologias, que possibilitaram o emprego de uma gama mais ampla de produtos. A tecnologia Einlist®, por exemplo, viabiliza a aplicação pós-emergência de herbicidas como 2,4-D, Glifosato e Glufosinato de amônio.

No entanto, Guilherme destaca a importância de considerar a presença de plantas daninhas resistentes ou de difícil controle, especialmente no caso de espécies gramíneas. Em tais situações, a estratégia preferencial pode ser a combinação de graminicidas com o glifosato, proporcionando um controle mais eficiente e abrangente.

No final do ciclo da cultura, surge a última oportunidade para o manejo de plantas daninhas ao empregar dessecantes na pré-colheita da soja, como o Diquat ou Glufosinato de Amônio. No entanto, é crucial considerar o efeito residual desses produtos e seguir estritamente as recomendações contidas nas bulas. O pesquisador destaca a importância do monitoramento como uma prática essencial para um manejo eficiente, sendo necessário conhecer as espécies presentes na área de cultivo para estabelecer a melhor estratégia de manejo.

É importante considerar todas as ferramentas disponíveis no controle de plantas daninhas. Quando tratamos do manejo em pós-emergência, o controle deve ser priorizado em estádios iniciais de desenvolvimento da cultura e, com plantas daninhas com o menor número de folhas possível, em início de desenvolvimento. Considerar a rotação de herbicidas utilizados, com diferentes mecanismos de ação é uma estratégia fundamental para evitar a seleção de populações resistentes, promovendo, assim, um manejo eficiente e preservando a eficácia dos herbicidas ao longo do tempo.

Visando um manejo eficiente de plantas daninhas com o foco em capim-amargoso e capim-pé-de-galinha, o Mais Soja lançou, com o apoio da IHARA, o Missão Mato Zero, um programa que conta com uma série de vídeos com alguns dos mais renomados pesquisadores do país, podcasts e textos técnicos, com o objetivo de trazer a informação e auxiliar no manejo de plantas daninhas.

No último vídeo da série o pesquisador da Ceres Consultoria Agronômica, Dr. Guilherme Ohl aborda o tema: Plantas daninhas: Manejo pré e pós-colheita.

Confira:

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Referências:

PIAZENTINE, A. E. PERÍODOS DE INTERFERÊNCIA DO CAPIM-AMARGOSO NA CULTURA DA SOJA E DO MILHO. Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Dissertação (Mestrado), Jaboticabal, 2021. Disponível em: < https://www.lapda.org.br/storage/downloads/periodos-de-interferencia-do-capim-amargoso-na-cultura-da-soja-e-do-milho-3771.pdf >, acesso em: 16/01/2024.

RIZZARDI, M. A. DESSECAÇÃO PRÉ-SEMEADURA. Up. Herbologia, Academia das Plantas Daninhas, 2019. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/dessecacao-pre-semeadura >, acesso em: 16/01/2024.

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