Uma série de doenças podem acometer a cultura do milho ao logo do seu desenvolvimento. Algumas se destacam por reduzir o potencial produtivo da cultura, outras por depreciar grãos e/ou sementes, e determinadas doenças por causar ambos os danos.
Mesmo que o uso de fungicidas não seja tão intenso no cultura do milho como é na soja, nos últimos anos o emprego desses defensivos em lavouras de milho tem ganhado espaço, principalmente se tratando de lavouras de alto nível tecnológico, sob condições de elevada pressão de inóculo das doenças e/ou condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento dos fungos.
Embora o manejo de doenças seja voltado principalmente aos estádio iniciais do desenvolvimento do milho, algumas doenças se destacam por acometer a culturas no estádios finais do seu ciclo. Uma dessas doenças é a podridão branca da espiga, causada pelos fungos Diplodia macrospora e Diplodia maydis.
A doença acomete o milho durante o período reprodutivo da cultura (R5 a R6), tendo como sintomas iniciais o crescimento micelial branco entre as fileiras de grãos; as espigas infectadas apresentam os grãos de cor marrom, de baixo peso e no interior da espiga ou nas palhas das espigas infectadas, há a presença de numerosos pontinhos negros (picnídios), que são as estruturas de frutificação do patógeno (Casela; Ferreira; Pinto, 2006).
Figura 1. Sintomas típicos de podridão branca da espiga em grãos e espigas de milho.

Segundo Wordell Filho et al. (2016) os esporos do fungo germinam e penetram na palha da espiga. A infecção acontece principalmente duas a três semanas após a polinização, sendo favorecida pela umidade relativa do ar superior a 90% e temperatura entre 28 e 30°C.
Tendo em vista a baixa resistência de híbridos de milho a Diplodia maydis, a principal medida de controle para a doença consiste em evitar a semeadura do milho onde há presença de restos culturais infectados (Wordell Filho et al., 2016). Como alternativa para eliminar o fungo das sementes, pode-se fazer uso do tratamento de sementes com fungicidas, além disso, a boa nutrição da planta contribui para reduzir o impacto da doença.
Em áreas sobre irrigação, deve-se evitar excesso de irrigação do florescimento ao enchimento dos grãos, como medida para reduzir a incidência do fungo. Levando em consideração que o milho é o único hospedeiro do fungo, a rotação de culturas é uma das principais estratégias de manejo para reduzir os casos da podridão branca em lavouras de milho (Casela; Ferreira; Pinto, 2006).
Veja mais: Quais as principais doenças do milho e quando ocorrem?
Referências:
CASELA, C. R.; FERREIRA, A. S.; PINTO, N. F. J. A. DOENÇAS NA CULTURA DO MILHO. Embrapa, Circular Técnica, n. 83, 2006. Disponível em :< https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/490415/1/Circ83.pdf :, acesso em: 08/02/2023.
WORDELL FILHO, J. A. et al. PRAGAS E DOENÇAS DO MILHO: DIAGNOSE, DANOS E ESTRATÉGIAS DE MANEJO. Epagri, Boletim Técnico, n. 170, 2016. Disponível em: < https://ciram.epagri.sc.gov.br/ciram_arquivos/agroconnect/boletins/BT_PragasDoencasMilho.pdf >, acesso em: 08/02/2023.