InícioDestaquePré-emergente: A ferramenta que não pode faltar no manejo do caruru

Pré-emergente: A ferramenta que não pode faltar no manejo do caruru

Nas últimas safras, algumas plantas daninhas não tão tradicionais em áreas agrícolas tem ganhado espaço em lavouras de soja. Dentre elas, destacam-se algumas espécies de caruru como o Amaranthus retroflexus, A. viridis, A. palmeri e o A. hybridus, assim como o leiteiro Euphorbia heterophylla L.

Ambas as espécies apresentam rápido crescimento e desenvolvimento, além de elevada produção de sementes e resistência a determinados herbicidas pós-emergentes, o que dificulta ainda mais o controle efetivo dessas plantas daninhas.

Dependendo da espécie de caruru, a produção de sementes por planta por chegar a 1 milhão, e a planta pode crescer de 2,5 a 4 cm/dia. Os danos variam em função da espécie infestante, estádio do desenvolvimento da lavoura e densidade populacional da planta daninha, podendo chegar a 91% em casos mais severos (Gazziero & Silva, 2017).

Considerando que a maioria das espécies de caruru e do leiteiro apresentam diversos fluxos de emergência em função da grande produção de sementes e das condições climáticas e ambientais, adotar estratégias que permitam reduzir esses fluxos de emergência é essencial para o manejo dessas plantas daninhas.


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Uma dessas estratégias é a boa cobertura do solo com palhada residual. Segundo Lamego et al. (2021), a palhada na superfície do solo tem o potencial de reduzir em até 60% a emergência de plântulas de caruru. Atrelado a isso, o emprego de herbicidas pré-emergentes contribui para a redução dos fluxos de emergência do caruru e do leiteiro.

O controle pré-emergente é uma ferramenta para o manejo da resistência do caruru a herbicidas, bem como possibilitar o estabelecimento da cultura no limpo, além de reduzir o banco de sementes viáveis do solo.

Figura 1. Comparativo de área tratada com e sem o uso de herbicida residual na pré-emergência da cultura da soja, para o controle de caruru (Amaranthus hybridus).
Fonte: Tsukahara; Kochinski; Silva (2024).

No entanto, para um manejo eficaz, é preciso posicionar adequadamente esses herbicidas, dando preferência para os princípios ativos mais eficientes. A eficiência de herbicidas pré-emergentes no controle do caruru (Amaranthus hybridus), foi avaliada por Brunetto et al. (2023). Os autores analisaram diferentes herbicidas pré-emergentes, no controle do caruru em pré-emergência.

Conforme resultados obtidos, aos 21 dias após a aplicação dos tratamentos (DAT), apenas os herbicidas Diclosulam, Imazethapyr e Metribuzin (isolados) apresentaram eficiência de controle inferior a 90%. Os melhores desempenhos no controle do caruru aos 21 DAT ficaram por conta dos herbicidas contendo em sua formulação Imazethapyr + Flumioxazin (Zethamaxx®), Flumioxazin (Flumyzin 500 SC®) e Sulfentrazone + Diuron (Stone®). Os demais tratamentos analisados, com exceção dos citados anteriormente, manifestaram controle satisfatório do caruru entre 90% e 99%.

Figura 2. Controle (%) de caruru-roxo (Amaranthus hybridus) em função da aplicação de herbicidas em pré-emergência das plantas aos 21 dias após o tratamento (DAT).
Adaptado: Brunetto et al. (2023)

Contudo, vale lembrar que, mesmo com o controle em pré-emergência, após 30 a 45 dias o efeito residual dos herbicidas reduz, permitindo que haja a emergência de novas plantas, fazendo necessário o controle em pós-emergência da cultura (Borsato et al., 2022).

No entanto, assim como a boa cobertura do solo com a palhada residual, o uso de herbicidas pré-emergentes é necessário para um manejo e controle eficiente de plantas daninhas, especialmente se tratando de espécies com elevada habilidade competitiva como o caruru.


Veja Mais: Leiteiro em soja: danos e controle com pré-emergentes



Confira abaixo o vídeo com as dicas do pesquisador da CCGL Mario Bianchi.


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Referências:

BORSATO, E. F. et al. Amaranthus hybridus, COMO ESTÁ O CONTROLE DESSA PLANTA DANINHA NA SUA LAVOURA? Fundação ABC, ed. 50, 2022. Disponível em: < https://fundacaoabc.org/wp-content/uploads/2022/09/202209revista-pdf.pdf >, acesso em: 16/07/2024.

BRUNETTO, L. et al. MANEJO QUÍMICO DE CARURU-ROXO (Amaranthus hybridus) COM HERBICIDAS APLICADOS EM PRÉ E PÓS-EMERGÊNCIA. Weed Control Journal, 2023. Disponível em: < https://web.archive.org/web/20240224015416id_/https://www.weedcontroljournal.org/wp-content/uploads/articles_xml/2763-8332-wcj-22-e202300790/2763-8332-wcj-22-e202300790.pdf >, acesso em: 16/07/2024.

GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/159778/1/Doc-384-OL.pdf >, acesso em: 16/05/2024.

LAMEGO, F. P. et al. CARURU RESISTENTE. Revista Cultivar, Grandes Culturas, n. 267, 2021. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1134394/1/Caruru-resistente.pdf >, acesso em: 16/07/2024.

TSUKAHARA, R. Y.; KOCHINSKI, E. G.; SILVA, W. K. ESTRATÉGIAS PARA O MANEJO DA RESISTÊNCIA DE DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS A AGROQUÍMICOS. Revista FABC, Abril/Maio, 2024. Disponível em: < https://fundacaoabc.org/wp-content/uploads/2024/04/202404revista-pdf.pdf >, acesso em: 16/07/2024.

 

Equipe Mais Soja
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