A média Cepea desta segunda-feira registrou alta significativa de 0,76% nos preços médios do Rio Grande do Sul, para R$703,47/t, contra R$704,79/t do dia anterior. Com isto o acumulado do mês, no estado, se manteve no campo positivo, subindo para 1,07%. Na média apurada pelo CEPEA os preços, no Paraná, tiveram leve alta, de 1,80%, ficando em R$860,76/ton, com alta acumulada no mês atingindo 3,81%.
No mercado físico os preços do trigo no Rio Grande do Sul continuam agitados; moinhos tanto do PR quanto do RS buscando comprar lotes com PH 77 acima na casa dos 730,00 FOB e PH 74 acima na casa dos 680,00. Disponibilidade existe, mas, os vendedores estão segurando, querendo de R$ 730,00 para cima para tentar alguma coisa e mesmo assim não e fácil conseguir.
Os agricultores estão retraídos, esperando o resultado das chuvas, que acabaram não sendo bons. A região da Serra teve os mesmos sintomas do Paraná no plantio, isto é seca, que baixou a produtividade. Vendedores pedindo no mínimo R$ 700/750,00/t FOB, conforme frete.
No Paraná os preços estão subindo com força: saíram de R$ 860,00/t há duas semanas para R$ 920,00 CIF moinhos de Ponta Grossa, nesta segunda-feira, tendo sido negociado um bom volume. Agora a pedida dos vendedores na região fica entre R$ 910/920,00/t.
Compras das Tradings pode sinalizar provável subida dos preços a médio e longo prazo As compras feitas pelas Tradings na semana passada, de trigo milling, principalmente no Paraná, pagando preços entre R$ 910,00/920,00/t parece ter um sinal muito claro para moinhos, cerealistas e vendedores brasileiros. É obvio que esperam vender estes lotes por preços maiores dentro de bem pouco tempo.
Quanto mais? Ninguém sabe, mas há pistas: pegue este preço, adicione custos de armazenagem, mais juros do período e mais R$ 10,00/t, que é o spread tradicional cobrado pelas Tradings e se terá um piso estimado de preço a partir de fevereiro, no máximo março de 2020.
Com dólar e Chicago subindo, preços de exportação e de importação também subiram nesta segunda-feira Os preços de exportação para o trigo brasileiro em dezembro o preço está ao redor de US$ 195,00/t, liquidando no interior R$ 40,41/saca, que não é competitivo, porque o mercado interno paga R$ 42,00/saca (para trigo bom, no mercado de lote), a menos que seja trigo forrageiro, para o qual este preço seria competitivo.
Com relação às importações, o trigo argentino com 11,5% chegaria aos moinhos do Rio Grande do Sul e do Paraná, por via marítima (portos de Rio Grande e Paranaguá), ao redor de R$ 1.013,20 em Novembro, R$ 1.007,55 em Dezembro, R$ 1.017,36 em Janeiro, R$ 1.031,23 em Fevereiro e R$ 1.044,98 em Março. Por via fluvial (desembarcadouro em Foz do Iguaçú) chegariam aos moinhos do Oeste do PR ao redor de R$ 988,43/tonelada.
Para os moinhos de São Paulo, o trigo argentino chegaria via marítima a R$ 1.049,43/t, abaixo do trigo americano com TEC, que chegaria a R$ 1.337,25/t. Para Salvador o trigo americano com TEC chegaria a R$1.274,16/t e o argentino a R$ 989,57/t. Em Fortaleza o trigo americano com TEC chegaria a R$ 1.289,50/t e o trigo argentino a R$ 998,02/t.
Fonte: T&F Agroeconômica