Supersafra de trigo

A produtividade do trigo no Rio Grande do Sul está estimada em 50 sacos por hectare (sc/ha), ou cerca de 3 mil kg/ha. Mas, até o momento, as condições das lavouras demonstram potencial para ultrapassar 60 sc/ha na média. “Com novos herbicidas no mercado, os produtores conseguiram fazer um bom controle do azevém, evitando competição desta invasora com o trigo na lavoura. Ainda, a eficiência no uso da adubação nitrogenada foi elevada visto que, no momento da aplicação, as precipitações foram moderadas”, avalia Marcelo Klein, após uma rodada de visitas a lavouras no norte e noroeste do RS, onde está concentrada a produção de trigo no estado. “No quesito às doenças, não verificamos grande incidência de manchas foliares, apenas oídio, mas em baixa frequência e controle satisfatório que não deverá impactar no rendimento final”, conclui.

Historicamente, a primavera é o momento que define a safra de trigo, implicando em problemas como doenças, geadas tardias e chuva na colheita. Contudo, nesta safra, as previsões são mais otimistas para o trigo gaúcho com presença marcada do fenômeno La Niña, segundo o Boletim Agroclimático do INMET. “O La Niña tem atuado no inverno gaúcho nos últimos três anos, mas a concentração de chuvas na primavera nem sempre resultou numa safra positiva. Porém, até o momento, a perspectiva é de chuvas abaixo da média até a colheita”, lembra Aldemir Pasinato.

Na estimativa da CONAB, a safra de trigo no RS deverá superar os 4 milhões de toneladas, maior volume já produzido na história. Com volume semelhante, no Paraná são esperadas outras 3,89 milhões de toneladas. Produtores gaúchos e paranaenses deverão produzir 86% do trigo brasileiro nesta safra.

Os números da CONAB apontam para uma supersafra de trigo no Brasil, chegando a 9,16 milhões de toneladas de grãos, volume 19% superior à safra passada. O volume deverá atender 70% da demanda nacional de trigo, estimada em 12,7 milhões de toneladas.

Controle da Giberela

A partir de agora, o aumento das temperaturas coincidindo com o espigamento do trigo deixa os produtores em alerta para o risco de giberela, doença fúngica que ataca as espigas, comprometendo o rendimento e a qualidade dos grãos. “O fungo se instala na espiga após dias consecutivos com chuva, então o controle precisa ser preventivo”, orienta a fitopatologista da Embrapa Trigo Cheila Sbalcheiro. Segundo ela, como o período de suscetibilidade das espigas é longo, a partir do espigamento até a fase final de enchimento de grãos, o produtor precisa acompanhar as previsões climáticas e, caso sejam favoráveis à ocorrência de giberela, com umidade e temperaturas entre 20 e 27ºC, aplicar fungicidas na lavoura. A escolha do defensivo pode ser embasada na publicação “Eficiência de fungicidas para controle de giberela do trigo: resultados dos ensaios cooperativos”.

Fonte: Joseani Antunes / Embrapa Trigo



 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.