ANÁLISE CLIMÁTICA DE JANEIRO

Em janeiro de 2025, os maiores acumulados de chuva ocorreram com volumes que ultrapassaram 150 mm, contribuindo para a manutenção da umidade do solo. Já no leste da Região Nordeste, bem como no meio-oeste do Rio Grande do Sul, menores acumulados de chuvas foram observados, reduzindo os níveis de umidade do solo.

Em grande parte da Região Norte, os volumes de chuva foram superiores a 150 mm, principalmente no sudeste do Amazonas e nordeste do Pará, onde os volumes ultrapassaram os 300 mm. Tais condições mantiveram a umidade do solo bastante elevada, beneficiando os cultivos de primeira safra em desenvolvimento. Somente no norte de Roraima, os volumes de chuva foram abaixo de 30 mm, e os níveis de umidade no solo permaneceram baixos.

Na Região Nordeste, diversas áreas tiveram acumulados de chuva acima da média, principalmente no centro-oeste da região. Volumes abaixo de 120 mm foram observados na costa leste, desde o litoral do Rio Grande do Norte até a Bahia, e o armazenamento hídrico do solo ainda permanece baixo em relação à parte mais a oeste da região.

Na Região Centro-Oeste, os volumes de chuva acima de 150 mm têm contribuído para os níveis de umidade no solo, principalmente no Mato Grosso e Goiás, entretanto, em algumas áreas desses estados, o excesso de chuvas tem prejudicado o processo de colheita da soja. No sul e oeste do Mato Grosso do Sul, volumes de chuva foram mais baixos e inferiores a 120 mm, mantendo os níveis de umidade do solo satisfatórios. O cenário continua sendo favorável para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, em floração e enchimento de grãos.

Na Região Sudeste, foram observados acumulados de chuva acima de 150 mm, exceto no oeste de São Paulo, onde os volumes foram mais baixos. Entretanto, o armazenamento hídrico do solo se encontra elevado, contribuindo para o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra em floração e enchimento de grãos, além da semeadura e início do desenvolvimento do milho segunda safra.

Na Região Sul, os volumes de chuva foram superiores a 150 mm nas partes central e leste do Paraná, além do nordeste de Santa Catarina, onde os níveis de umidade do solo se encontram elevados, mantendo as condições favoráveis para as lavouras em desenvolvimento vegetativo, floração e enchimento de grãos. Em algumas áreas do Paraná, as chuvas reduziram o ritmo da colheita. Nas demais áreas, os volumes foram mais baixos, principalmente no centro-oeste gaúcho, onde os volumes foram inferiores a 60 mm, reduzindo os níveis de umidade do solo e, consequentemente, causando restrição hídrica para as lavouras.

Em janeiro, as temperaturas máximas foram superiores a 30 °C em grande parte do país, exceto no leste da Região Sul e áreas pontuais de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal, onde as temperaturas foram mais amenas. Quanto às temperaturas mínimas, os valores foram abaixo de 18°C no sudeste do Paraná, Santa Catarina e grande parte do Rio Grande do Sul, bem como em áreas mais elevadas da Região Sudeste. As temperaturas mínimas foram mais elevadas no Norte do país, oeste do Mato Grosso do Sul e sul do Mato Grosso, com valores acima de 24 °C.

CONDIÇÕES OCEÂNICAS RECENTES E TENDÊNCIA

Na figura abaixo é mostrada a anomalia de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) entre os dias 16 e 31 de janeiro de 2025. Foram observados valores entre -0,5 °C e -1,5 °C na faixa entre 120°W e a linha de data, mostrando a presença de águas mais frias que o normal sobre essa região. Considerando somente a área do Niño 3.4 (área entre 170°W e 120°W), as anomalias médias de TSM apresentado valores abaixo de -0,5 °C desde outubro de 2024, porém a partir de dezembro de 2024 estes valores vêm mantendo-se abaixo de -1 °C.

Destaca-se que, o estabelecimento do fenômeno La Niña (resfriamento anômalo das águas do Pacífico Equatorial) ocorre quando há uma persistência de pelo menos três meses consecutivos de anomalia de TSM igual ou menor a -0,5 °C. Assim, no início de janeiro de 2025, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) declarou que as condições para a formação do fenômeno La Niña estão oficialmente confirmadas.

A análise do modelo de previsão do ENOS (El Niño – Oscilação Sul), realizada pelo Instituto Internacional de Pesquisa em Clima (IRI), aponta para a persistência do fenômeno La Niña durante o trimestre fevereiro, março e abril, com probabilidade de 59%.

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO PARA O BRASIL – PERÍODO FEVEREIRO, MARÇO E ABRIL DE 2025

As previsões climáticas para os próximos três meses, segundo o modelo do Inmet, são mostradas na figura abaixo. O modelo indica chuvas acima da média na Região Norte, Centro-Oeste e parte norte e oeste da Região Nordeste, mantendo a disponibilidade hídrica nessas áreas. Chuvas próximas e abaixo da média deverão ocorrer com maior probabilidade na Região Sul, assim como em áreas da Região Sudeste e leste da Região Nordeste.

Analisando separadamente cada região do país, tem-se que para a Região Norte, a previsão é de chuvas predominantemente acima da climatologia do trimestre, elevando o armazenamento de água no solo. Em áreas da parte mais ao sul do Amazonas, Pará e Tocantins, são previstos volumes de chuva abaixo da média histórica, entretanto, devido às chuvas ocorridas nos últimos meses, não está prevista redução nos níveis de umidade no solo.

Na parte central e leste da Região Nordeste, há previsão de chuvas próximas e abaixo da média, mantendo os níveis de umidade do solo reduzidos. Já em áreas do norte do Maranhão, sudeste do Piauí, oeste da Bahia e norte do Ceará, são previstas chuvas acima da média, que poderão elevar pontualmente os níveis de água no solo.

Para as regiões Centro-Oeste e Sudeste, o modelo do Inmet indica chuvas mal distribuídas espacialmente, com previsão de chuvas acima da média em áreas do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, oeste de São Paulo e parte central de Minas Gerais. No restante, são previstas chuvas próximas e abaixo da média, principalmente em abril, que corresponde a um mês de transição entre o período chuvoso e seco dessas regiões. Dessa forma, existe uma tendência de redução das chuvas à medida que se aproxima do outono e, consequentemente, uma diminuição dos níveis de umidade do solo no final do trimestre.

Em grande parte da Região Sul, são previstas chuvas abaixo da média, podendo reduzir os níveis de umidade do solo em algumas áreas que já se encontram com baixos valores. Entretanto, parte mais ao leste dos três estados, as chuvas poderão permanecer próximas ou acima da média devido à passagem de frentes frias.

Em relação à temperatura média do ar, o modelo continua indicando que durante todo o trimestre as temperaturas permanecerão acima da média climatológica em praticamente todo o país, especialmente em áreas do Centro e Norte do Brasil, com valores médios que podem ultrapassar os 25 °C. Destaque para as Regiões Norte e Nordeste, onde as temperaturas poderão ficar acima de 27 °C. Já em áreas da Região Sul e da Região Sudeste, as temperaturas podem ser mais amenas, com valores menores que 22 °C devido ao aumento da nebulosidade e dias chuvosos.

Mais detalhes sobre prognóstico e monitoramento climático podem ser vistos na opção CLIMA do menu principal do site do Inmet (https://portal. inmet.gov.br).

Confira o 5° Levantamento da safra 2024/25/Fevereiro 2025 completo, clicando aqui!

Fonte: CONAB



 

FONTE

Autor:Acompanhamento da Safra Brasileira de Grãos 2024/2025 - 5° Levantamento

Site: CONAB

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