Alguns insetos-praga que acometem a cultura da soja podem causar danos tanto quantitativos quanto qualitativos, depreciando grãos e sementes, além de reduzir significativamente a produtividade da lavoura. Com isso em vista, o controle desses insetos é essencial para assegurar o potencial produtivo da cultura, garantindo a manutenção da produtividade e qualidade da soja produzida.

Contudo, embora seja o método mais empregado em escala comercial, o controle químico traz algumas desvantagens, dentre elas, o controle de inimigos naturais no caso do uso de inseticidas não seletivos. Para contornar o problema, pode-se optar pelo controle biológico de pragas, sendo um dos principais, o parasitismos.

Pensando no manejo e controle de insetos, na cultura da soja, dentre os parasitoides que apresentam melhores resultados de controle destacam-se os parasitoides de ovos. Esses parasitoides se caracterizam por atuarem no controle biológico aumentativo por atacar a praga em seu primeiro estágio de desenvolvimento (ovo), antes de qualquer injúria ser causada às plantas (Bueno et al., 2022).



Segundo Bueno et al. (2022) essa característica pode ser considerada uma “vantagem” do ponto de vista aplicado, pois é uma garantia ao usuário da tecnologia, que em caso de qualquer falha de controle, ainda há tempo hábil para uso de outra ferramenta de manejo, evitando prejuízo na produtividade da lavoura.

Dentre os principais parasitoides de ovos, para o controle de percevejos, podemos destacar o Telenomus podisi e o Trissolcus basalis, utilizados respectivamente para o controle do percevejo Euschistus heros e do Nezara viridula. Já com relação as lagartas, o principal parasitoide disponível para o controle é o Trichogramma pretiosum, utilizado no controle de A. gemmatalis, C. includens e S. frugiperda.

A nível de campo, um dos mais utilizados e com eficiência comprovada é o parasitoide Telenomus podisi (figura 1). Conforme observado por Corrêa-Ferreira & Sosa-Gómez (2017), analisando percevejos no sistema de produção soja-milho, o Telenomus podisi pode parasitar até 97,9% dos ovos de Euschistus heros, demonstrando ser uma valiosa ferramenta de manejo para o controle, de percevejos sem soja.

Figura 1. Telenomus podisi parasitando ovos de percevejo.

Foto: Koppert

Cabe destacar que a eficiência do controle biológico de pragas em lavouras agrícolas está condicionada a fatores climáticos e ambientais, devendo-se realizar o controle sempre com baixos níveis de infestação, por não expressar respostas imediatas. Da mesma forma, quando necessário, deve-se priorizar o uso de inseticidas seletivos para não matar o parasitoide.

Confira abaixo os principais parasitoides de ovos disponíveis para comercialização como biodefensivos na agricultura (Mapa, 2022).

Tabela 1. Parasitoides de ovos registrados para comercialização como biodefensivos na agricultura (Mapa, 2022).

Fonte: Bueno et al. (2022)

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Referências:

BUENO, A. F. et al. MANEJO DE PRAGAS COM PARASITÓIDES. Embrapa, Bioinsumos na cultura da soja, cap. 24, 2022. Disponível em: < https://www.embrapa.br/soja/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1143066/bioinsumos-na-cultura-da-soja >, acesso em: 25/01/2023.

CORRÊIA-FERREIRA, B. S.; SOSA-GÓMEZ, D. R. PERCEVEJOS E O SISTEMA DE PRODUÇÃO SOJA-MILHO. Embrapa, Documentos, n, 397, 2017. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/171684/1/Doc-397-OL.pdf >, acesso em: 25/01/2023.

Foto de capa: Juliano Pazini

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