Um dos maiores avanços da agricultura brasileira se deu com a adoção do sistema plantio direto, sistema esse que possibilitou inúmeros benefícios as lavouras brasileiras, contribuindo desde o controle de erosões superficiais até o aumento de produtividade e redução do custo de implantação de culturas como a soja.

Entretanto, para o bom funcionamento do sistema plantio direto é necessário investir na manutenção e melhoria de seus atributos e características que fazem jus ao sistema. Em vídeo, Ivan Bordin, Pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR – Paraná) destaca que o sistema plantio direto consistem basicamente em três premissas, sendo elas:

  • Revolvimento mínimo do solo, ou melhor dizendo, não revolvimento do solo
  • A cobertura permanente do solo
  • Rotação de culturas


Esses atributos do plantio direto, permitem ao sistema a melhoria de suas características gerais, contribuindo para a melhor estruturação do solo, melhoria de suas características físico-hídricas, bem como o aumento da taxa de infiltração de água no solo, maior estabilidade e estrutura de agregados do solo, indicadores físico, químicos e biológicos do solo, entre outros parâmetros qualitativos e quantitativos.

Embora o não revolvimento do solo contribua significativamente para o bom funcionamento do sistema, é a matéria orgânica do solo a grande responsável por boa parte dos indicativos de qualidade do solo, contribuindo não só para a fertilidade do solo, mas sua estabilidade e estrutura, atuando como agente cimentante de partículas na formação de agregados.

Sendo assim, um dos grandes desafios do sistema plantio direto é o incremento da matéria orgânica do solo cultivado, tarefa essa complexa, que envolve considerável persistência, conhecimento técnico e tempo. Conforme destacado por Ivan, uma das principais estratégias para o incremento da matéria orgânica do solo é o uso frequente de plantas de cobertura.

Diferentemente das plantas cultivadas com a finalidade de produção de grãos, a grande maioria das plantas de cobertura destina sua energia a produção de matéria fresca da parte aérea e raízes. Segundo Bordin, grande parte das plantas de cobertura a exemplo da braquiária apresentam considerável volume radicular, contribuindo efetivamente para o aumento da matéria orgânica do solo, uma vez que de 50 a 80% da matéria orgânica do solo vem das raízes das plantas e não da sua parte aérea.

O pesquisador explica que para a manutenção da matéria orgânica do solo, o ideal é que se trabalhe com quantidades de matéria seca variando entre 8 a 10 t.ha-1 para as regiões Sul até o Cerrado Central, e quantidades médias de 10 a 12 t.ha-1 no Planalto Central. Visando o incremento de matéria orgânica no solo, esses valores de matéria seca necessitam ser superiores.

Com isso em vista, a melhor alternativa para a produção de matéria seca em quantidade e qualidade suficientes para a manutenção e incremento da matéria orgânica do solo, é por meio do cultivo de plantas de cobertura. Plantas essas que podem ser cultivadas de forma isolada, em consórcio ou até mesmo em mix de plantas, onde se busca diversificar o cultivo, possibilitando o uso de características benéficas de diferentes plantas de cobertura.

Plantas com a crotalária por sua vez, além de ser considerada uma ótima opção para a rotação de culturas, ainda possui a habilidade de reduzir a populações de nematóides fitopatogênicos do solo, sendo exemplos de espécies a Crotalaria spectabilis; C. ochroleuca; C. breviflora e C. juncea as quais podem ser utilizadas de forma isolada ou em consórcio ou mix com outras plantas.


Veja também: Soja após Crotalária – aumento da produtividade e controle de nematoides


Em regiões onde o clima possibilita o cultivo de plantas de clima frio como no Sul do Brasil, plantas como a aveia e azevém podem ser interessantes alternativas para inserção no sistema de rotação de culturas, possibilitando considerável incremento de matéria seca no sistema. De maneira geral, Ivan destaca que o cultivo de plantas de cobertura é a única e mais viável alternativa para o incremento de matéria orgânica do solo e com ela a melhoria de seus atributos físicos, químicos e biológicos, possibilitando a sustentabilidade e rentabilidade dos cultivos agrícolas.

Confira o vídeo com as dicas do Pesquisador da IDR-Paraná Ivan Bordin clicando aqui!



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